Evitar a ocupação desordenada do Anel Viário de Contorno Norte – ou Rodoanel – foi um dos principais pontos de discussão de uma audiência pública realizada na semana passada em Pedro Leopoldo.
A nova rodovia, de 65 km de extensão, substituirá o atual Anel Rodoviário da capital, interceptando aqueles veículos de carga em trânsito por rodovias como BR–040, BR–262 e BR–381, de forma que eles não circulem pelos centros urbanos da Grande Belo Horizonte.
Quando pronta, será um forte atrativo para a urbanização em seu entorno, trazendo riscos ambientais à vegetação, grutas e sítios arqueológicos da região.
O empreendimento já possui Licença Prévia (LP), mas com algumas condicionantes. Uma delas exige a elaboração de um estudo pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), indicando as faixas de proteção do traçado.
O objetivo é ter um projeto de uso ordenado do solo, com elaboração de um sistema de áreas protegidas, que envolva áreas de reservas legais, e de preservação permanente nas propriedades da região, e unidades de conservação, que devem ser instituídas pelo Estado.
A superintendente executiva da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), Maria Dalce Ricas, uma das propositoras dessa condicionante, ressalta que o decreto 44.500, que trata da ocupação da região metropolitana de Belo Horizonte, suspende a implantação de empreendimentos de parcelamento do solo em uma faixa de 5 km ao longo do rodoanel.
Entretanto, diz Dalce, há lugares por onde passará a estrada já muito deteriorados, onde menos de 2 km seriam suficientes para proteção. Por outro lado, continua, a preocupação maior é com outras regiões, como a cárstica de Lagoa Santa, em direção a Ravena, onde essa faixa não poderia ser menor que 30 km.
(
O Tempo, 23/04/2007)