A vida das famílias de Rose Cleide Ribeiro Lopes e de Luciana da Cunha Castro, como a de outras 148 famílias, começou a mudar para melhor. Elas integraram a última leva de famílias que mês passado trocaram as casas às margens dos córregos Imbirussu e Serradinho, por uma casa no Jardim Aeroporto, onde vão dispor de todos os equipamentos comunitários. Com estas unidades habitacionais, a prefeitura de Campo Grande atingiu 659 moradias entregues no bairro e caminha para a última etapa que acabará com um dos maiores núcleos de casebres, a Favela do Pula Sapo. Nesta etapa do projeto Imbirussu/Serradinho, financiado pelo Habitar Brasil Bid, os investimentos devem atingir R$ 16,7 milhões, dos quais, R$ 6,2 milhões de recursos próprios e R$ 10,5 milhões do Ministério das Cidades. Além de retirar famílias de área de risco, o projeto ocupa grande vazio urbano.
"Mil vezes melhor"Com esta expressão dona Rose Cleide resumiu o significado da nova casa na vida de sua família. Às vésperas de dar à luz o quarto filho, a dona de casa perdeu a conta dos problemas de saúde enfrentados por seus filhos, pela proximidade de sua antiga casa com o Córrego Imbirussu. "As crianças já nem queriam brincar do lado de fora, por causa dos mosquitos", lembra Rose Cleide ao citar as consequências de quem reside nas condições em que ela e sua família viviam.
Na mesma situação estava a família de Luciana Castro. Grávida do terceiro filho, ela não tem dúvidas em apontar o fato de morar à beira do córrego como o motivo principal de ter contraído dengue há algumas semanas. "Quem mora na mesma situação que nós, corre esse risco, sempre".
Mas quem ainda não mudou está na expectativa. Caso de dona Maria da Silva de Oliveira que mora com o marido e três filhos na casa de nº 422 da Rua Pádua Gazal. Segundo ela, quando chove o Imbirussu transborda e a ponte fica submersa. "Eu não vejo a hora de mudar".
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Correio do Estado do Mato Grosso do Sul, 23/04/2007)