No Dia do Índio, a Aldeia Tucum, dos índios Tupinambá de Olivença, distrito de Ilhéus - Ba, amanheceu em festa. Ao ritmo do Toré, marcado pelos manacás em punho, os índigenas festejaram a assinatura do protocolo com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado - Semarh, sinalizando para a construção de um viveiro de mudas de plantas nativas, para o reflorestamento nas comunidades da etnia, que na região somam mais de quatro mil integrantes.
A construção do galpão coletivo vai também permitir o incremento da produção do artesanato indígena e o início de um plano piloto de geração de renda e manejo sustentável, a ser replicado nas diversas aldeias, distribuídas por 72 mil hectares de terra, no sul do estado.
O refrão não podemos destruir as coisas da natureza, entoado pelos membros da aldeia Tucum, durante a assinatura do protocolo, resume a proposta das lideranças locais de realdear'os povos dispersos, restabelecendo os valores culturais e sociais das comunidades indígenas da região.
Não dá mais para viver sem sustentabilidade, a questão econômica ainda é muito forte, mas precxisamos adequá-la à realidade que é impossível continuar extraindo da reserva sem renovar os recursos naturais, afirmou Cláudio Magalhães, presidente da Associação de Tupinambás.
Ele informou que o viveiro voltadopara o reflorestamento, deverá conter cerca de 20 espécies de mudas, dentre elas a piaçava, de significativo valor comercial, o açaí, o tento, utilizado na produção de artesanato e o cedro, madeira de reposição no uso sustentável.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Juliano Matos, as reservas podem se tornar um ativo não ambiental como econômico. Nossa intenção é recompor a tradição do povo indígena, que vive em harmonia e quilíbrio com a natureza, defendeu.
Segundo Matos, no governo Wagner os saber das comunidades tradicionais farão parte da política de estado. Já o Cacique Rosenaldo saudou os índigenas, sob a chuva fina que atingiu a aldeia durante a manhã, pedindo a colaboração de todos na proposta de resgate dos valores dos povos índigenas. Esse clima reflete importância e muita força, arrematou.
Respeito - A nova proposta de governo soou bem aos ouvidos aos ouvidos de Maturi, tupinambá da comunidade de Água de Olivença, cujo nome se traduz em castanha de caju, produto que, pela abundância no verão, é amplamente comercializado pelos índios. Manoel Mendes do Amaral, como é registrado civilmente, diz que deseja preservar a fauna e a flora remanescentes na região, para que seus netos e bisnetos. Quero que eles conheçam a paca, o tatu, o tamanduá e não apenas saibam que existiram apenas para dar nome aos seus antepassados.
Parque do Conduru - À tarde, a comitiva de gestores da Semarh esteve reunida com ambientalistas envolvidos com a proteção e revitalização do Parque do Conduru, área de conservação que abrange os municípios de Ilhéus, Uruçuca e Itacaré, somando 9.275 hectares.
Depois de ouvir representantes da Universidade Estadual de Santa Cruz - Uesc, das Ongs Floresta Viva e Boto Negro, Polícia Ambiental , APA Itacaré/Serra Grande e admistração do parque, o superintendente Marcos Ferreira, da Biodiversidade, Florestas e Unidades de Conservação - SFC da Semarh fez um resumo de como o governo do estado pretende atuar. Vamos promover arranjos institucionais, a partir das demandas listadas, a fim de captar as parcerias necessárias para solucioná-las. Faremos o papel articuladores, definiu.
(Assessoria de Comunicação SEIA-BA, 20/04/2007)