Moradores do Beco do Deco e Buraco da Fumaça, no bairro Santo André, que moram nas margens do Arroio Kruze, tiveram uma reunião com o prefeito Ary Vanazzi, a secretária de Habitação Helena Kieling, e outras autoridades, na noite de sexta-feira (20/4). O encontro ocorreu com o objetivo de buscar uma solução para as cerca de 400 famílias que vivem no local. A área é considerada de preservação permanente e as famílias terão que ser retiradas. Segundo o líder do governo na Câmara, vereador Alexandre Schuh, que também fez parte da assembléia, será feita uma análise topográfica da região para ver quantas famílias se encontram nesta situação irregular para posteriormente analisar qual a melhor alternativa para estas pessoas, já que os moradores não querem sair do bairro onde moram.
“O próximo passo será a construção de um projeto de realojamento dessas famílias dentro da mesma região, que foi uma exigência deles”, explicou Schuh. Esta análise deverá ser feita em caráter de urgência e nos próximos 15 a 20 dias deverá sair a licitação para a contratação da empresa que fará esta análise topográfica e apresentará à Prefeitura. “Em cerca de 40 dias a empresa escolhida será anunciada e iniciará o trabalho”, disse o vereador.
De acordo com Marco Aurélio Moreira Bica, que representou os moradores do Buraco da Fumaça na reunião, a iniciativa da Prefeitura foi aplaudida. “Se a análise mandar a gente sair das nossas casas vamos continuar na nossa região, o que muito nos alegrou”, disse. Segundo Bica, a situação se arrasta desde 2000 e culminou com o pedido de despejo das famílias feito pelo Ministério Público na última semana.
Moradores fizeram mutirão de limpeza
Sofá, tapete, televisão, colchão, mesa, cadeira, piscina infantil, peças de vestuário, além de muito mato foram retirados do Arroio Kruze na manhã de sábado pelos moradores do Beco do Deco. De acordo com os envolvidos, este tipo de atividade será
feita uma vez por mês até que seja resolvida a situação dos moradores, com a retirada ou não deles das margens do arroio. “Estão tirando a gente daqui porque dizem que é área irregular e que não sabemos cuidar do arroio, queremos mostrar que sabemos, sim. São uns poucos que jogam as coisas aí dentro e todo mundo paga”, comentou um dos organizadores da iniciativa.
(Jornal VS, 23/04/2007)