O mês de abril tem tudo para ser o mais quente dos últimos 46 anos no Estado. Até o dia 20, a média de temperatura foi 22,7 graus, um aumento de 2,6 graus em relação à normal climatológica.
Em Porto Alegre, por exemplo, a média mais alta registrada, desde 1961 até hoje, ocorreu nos anos de 2004 e 1980: 22,1 graus. Apesar do mês ainda não ter terminado, e a tendência ser de frio para os próximos dias, dificilmente este quadro será revertido.
"O abril deste ano, com certeza, ficará entre os mais quentes já registrados", afirmou o meteorologista do Oitavo Distrito de Meteorologia (8º Disme), Solismar Prestes. Ele lembra que, a partir dessa semana, a temperatura entrará em declínio - o que deverá diminuir a média até o final do mês. "Mas não haverá frio intenso. As mínimas devem ficar em torno dos 10 graus, enquanto as máximas podem chegar aos 21", disse. Mesmo assim, a queda de temperatura será um alívio para os gaúchos que enfrentaram, na sexta-feira passada, um calor de 34,5 graus em Santa Maria.
O clima atípico enganou até mesmo os meteorologistas, que em março previram que abril e maio teriam mínimas e máximas abaixo da normal climatológica. "Como fez muito calor nos primeiros meses do ano, achamos que abril seria mais típico. Mas nossa previsão não se confirmou". Segundo Prestes, as altas temperaturas são motivadas pela massa de ar quente que está estacionada sobre o Estado e impedindo a entrada do ar frio.
A tendência, agora, é que os meses de maio, junho e julho tenham temperaturas acima da média e com pouca chuva. Julho, pelo prognóstico lançado pelo Disme, deve ser o mês mais atípico dos três. A máxima pode ficar até três graus acima da média, principalmente nas regiões Norte e Noroeste do Estado. O estudo ainda alerta para a possibilidade de veranicos, principalmente a partir da segunda quinzena de maio.
(Jornal do Comércio, 23/04/2007)