Os governos dos Estados Unidos e do Japão estão prestes a fechar um acordo no desenvolvimento de um projeto de uma usina de energia movida a carvão com emissões praticamente zero, que vem sendo divulgada pelo governo norte americano desde 2003. O projeto, chamado FutureGen, será instalado no Japão e a parceria deve ser anunciada durante um encontro bilateral na sexta-feira.
O Japão irá cooperar com o projeto norte americano com financiamentos e tecnologias. A Coréia do Sul e a Índia também participam do projeto. O projeto custará mais de 1 bilhão de dólares com o desenvolvimento de tecnologias para estocar as emissões de dióxido de carbono da usina no subsolo, fazendo dela a primeira usina de energia térmica a não emitir poluentes e CO2 para a atmosfera.
O CO2 proveniente da usina será liquefeito ao receber uma grande pressão, antes de ser injetado no subsolo a uma profundidade de mais de 1.000 metros. As novas tecnologias que estão atualmente sendo estudadas também tem como objetivo evitar o vazamento do dióxido de carbono liquefeito armazenado no estrato rochoso.
No Japão, o Instituto de Pesquisas de Tecnologias Inovadoras para a Terra (Research Institute of Innovative Technology for the Earth) tem conduzido testes de verificação sobre um sistema de seqüestro geológico do CO2 em um campo de gás natural em Nagaoka. Espera-se que os resultados das pesquisas sejam aplicáveis ao projeto norte-americano, segundo fontes do governo.
Apesar do Estados Unidos ser o maior emissor mundial de gases do efeito estufa (GEE), o país não ratificou o Protocolo de Kyoto sobre mudanças climáticas, se negando a assumir metas para redução das suas emissões de GEE. Através da sua cooperação com o projeto FutureGen, Tokyo irá tentar persuadir o governo dos Estados Unidos a se unir aos esforços globais para redução das emissões de GEE, promovendo a participação norte americana nas negociações pós Protocolo de Kyoto. As tecnologias para estocagem do CO2 no subsolo têm chamado cada vez mais atenção, sendo vistas como uma das medidas mais promissoras na mitigação de emissões.
(Por Fernanda Muller, CarbonoBrasil, fonte The Yomiuri Shimbun, 21/04/2007)