Um espaço para pesquisas a céu aberto. É assim que a Universidade da Região de Joinville (Univille) define o jardim botânico que vai se estender por 19,1 mil metros quadrados de área da instituição. O lançamento da pedra fundamental do espaço de lazer, pesquisas e preservação e educação ambiental do Norte do Estado ocorreu este mês, e o projeto deve ser concluído em 2008.
"A importância do jardim botânico de Joinville está diretamente ligada ao fato do aproveitamento da mata nativa local. Não é um espaço que teve de ser criado", afirmou o reitor da Univille, Ivo Koehntopp, um dia antes do lançamento da pedra fundamental. Num primeiro momento, não existe a intenção de colocar plantas exóticas ou raras no jardim, mas valorizar o que existe na região.
A bióloga e doutora em botânica Karin Esemann de Quadros apontou mais um ponto positivo: a localização dentro de uma universidade, o que facilitará o acesso dos estudantes e profissionais a uma grande variedade de plantas e flores. Estudos com plantas medicinais, já em andamento na universidade, também vão integrar os trabalhos no local. O público vai conhecer o espaço ao percorrer trilhas monitoradas.
A Univille prevê investimento de R$ 2 milhões no projeto. A proposta prevê pórtico, área específica para administração, praça de recepção, museus de zoologia, arqueologia e geografia, auditório, sala de exposições, jardim de samambaias e um lago para plantas aquáticas. A nova área será incorporada ao herbário da instituição, onde é realizada a catalogação das espécies. O espaço está em funcionamento desde 2002.
Um dos prováveis parceiros na busca de recursos por meio de convênios internacionais é a Universidade de Erlangen, da Alemanha, que já mantém intercâmbio científico com a Univille há sete anos. O jardim botânico da Univille vai ser o segundo do Estado. O primeiro é na Capital, onde o projeto está em fase de implantação pela Epagri e Fapesc.
Diferença entre jardim botânico e parque
Os jardins botânicos diferem de parques comuns em diversos aspectos. Além de oferecerem lazer especializado, eles mantêm um acervo de plantas ordenadas e classificadas, devidamente registrado
e documentado. Servem para educação, cultura, lazer e conservação do
meio ambiente.
Espaço em Joinville
Área de 19,1 mil metros quadrados de mata nativa. Não existe a intenção de expor plantas exóticas ou raras. O espaço vai dispor de toda a infra-estrutura para pesquisas e exposições. O público vai conhecer o local enquanto caminha por trilhas acompanhado por monitores.
Espécie vira símbolo
A espécie escolhida como símbolo do jardim botânico da Univille é o palmiteiro juçara. Ela é protegida por lei devido ao seu valor comercial. Foi descrita pela primeira vez em Santa Catarina pelo alemão Karl Friedrich Philipp von Martius, no século 19.
Centro de pesquisas
Inaugurado em 5 de outubro de 1991, funciona como um centro de pesquisas da flora do Paraná. Também é um dos pontos turísticos mais visitados de Curitiba. O nome oficial é uma homenagem à urbanista Francisca Maria Garfunkel Rischbieter, uma das pioneiras no trabalho de planejamento urbano da
capital paranaense.
Localização: avenida Lothário Meissner com rua Ostoja Roguski. Informações: (41) 3264-7365
De chácaras a parque estadual
No final do século passado, o Parque Estadual das Fontes era uma vasta região com mata nativa, com sítios e chácaras. Por ordem do governo paulista, as desapropriações na área vinham ocorrendo desde 1893, visando a recuperação da floresta, a utilização dos recursos hídricos e a preservação das nascentes do riacho do Ipiranga. Em 1928, serviu para captação de águas, que abastecia o bairro do Ipiranga. Naquele ano, o naturalista Frederico Carlos Hoehne foi convidado para implantar um horto botânico na região. Em 1969, o Parque do Estado, onde fica o Instituto de Botânica, ganhou o nome de Parque Estadual das Fontes do Ipiranga.
Localização: Av. Miguel Estéfano, 3.031 - Água Funda, próximo às avenidas dos Bandeirantes e Ricardo Jafet (ao lado do zoológico).
Informações: (11) 5073-6300
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A Not[icia, 23/04/2007)