O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, considerou no sábado (21/04) o problema no abastecimento de gás boliviano um "assunto encerrado", devido à completa normalização na produção e compressão de gás no campo andino de San Alberto às 14h30.
Rondeau disse ter a garantia do ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, de que "não existe nada considerado ameaçador para as instalações brasileiras, muito menos para o fornecimento do gás ao Brasil".
Em conversa com Rondeau, o ministro boliviano teria minimizado inclusive a possibilidade de novas resoluções que afetem o Brasil no próximo dia 1º de maio, quando completa o primeiro aniversário do decreto de nacionalização editado pelo presidente Evo Morales.
Segundo Rondeau, Villegas teria dito que essa possibilidade era um "assunto de imprensa".
O ministro considerou o corte parcial no fornecimento de gás da Bolívia um acidente de "natureza social". Ele lembrou que outros dois acidentes envolvendo o abastecimento de gás para o Brasil ocorreram em mais de oito anos de operações, o que seria normal, considerando um gasoduto com cerca de 4 mil quilômetros de extensão.
Segundo cálculos do Ministério de Minas e Energia, uma interrupção completa do fornecimento de gás a partir do campo de San Alberto significaria para o país a redução de 26% no volume contratado (30 milhões de metros cúbicos por dia).
O país andino anunciou o corte nesta sexta-feira. A Argentina também foi atingida pela medida.
O corte ocorrido na sexta-feira foi de 1,8 milhão de metros cúbicos (1,2 milhão para Cuiabá e 600 mil para a Comgás, distribuidora de São Paulo), que acabou não afetando os consumidores finais no Brasil.
(Por Patrícia Zimmermann,
Folha de S. Paulo, 21/04/2007)