Valtemir Goldmeier, da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), abriu mão da candidatura à reeleição para presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), ontem (19/4). Ele comunicou sua decisão momentos antes da votação começar. A atitude pegou os conselheiros de surpresa. Goldmeier disputava a vaga com a secretária estadual do Meio Ambiente, Vera Callegaro.

Goldmeier justificou sua desistência alegando que a secretária teria dispensado a ajuda da Famurs na construção das políticas para a pasta. “A Famurs quis desenvolver um trabalho conjunto com a Sema. Poderíamos ajudar em decisões importantes, como o zoneamento da silvicultura, para que essas ficassem menos político-partidárias”, afirma.

No discurso de renúncia, o ex-presidente do Consema ainda fez questão de lembrar a lei estadual 10.330/94, que atribui ao conselho a responsabilidade pela aprovação e acompanhamento da implementação da Política Estadual do Meio Ambiente. “É o quinto ano em que o Consema não é consultado”, destaca.

Dos 29 conselheiros que formam o Consema, 25 estavam presentes e 23 votaram nominalmente na atual titular do Meio Ambiente, que, juntamente com o atual presidente do Consema, se absteve de votar.

A eleição de Vera Callegaro, que assume o cargo na próxima reunião no conselho, em 18 de maio, foi uma vitória dos ambientalistas. As ONGs da Assembléia Permanente das Entidades de Defesa do Meio Ambiente do
RS (Apedema) que têm assento no Consema já tinham decidido voto. “Ela era nossa escolha porque se comprometeu a cumprir com as reivindicações das entidades apresentadas no documento 'As demandas do
Movimento Ecológico Gaúcho frente ao colapso da gestão ambiental do Estado
do RS' ”, diz Edi Xavier Fonseca, da Agapan.

A presidente eleita afirmou que buscará fortalecer a integração do Sistema Estadual de Proteção Ambiental (SISEPRA) e do Sistema Estadual de Recursos Hídricos com o Consema para uma gestão ambiental moderna. “Também pretendemos resgatar a relação mais direta da presidência do Conselho com suas câmaras técnicas para um trabalho mais produtivo”, disse.

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(Por Ana Luiza Leal e Assecom Sema, Ambiente JÁ, 20/04/2007)