A Noruega vai reduzir 30 por cento as suas emissões de gases com efeito de estufa até 2020 e tornar-se no primeiro país “zero emissões” 30 anos depois, afirmou ontem (19/04) o primeiro-ministro Jens Stoltenberg.
“Até 2020 comprometemo-nos a reduzir o equivalente a 30 por cento das nossas emissões de gases com efeito de estufa”, declarou Stoltenberg no congresso anual do Partido Trabalhista, formação actualmente no poder e a que ele preside. O país escandinavo vai ultrapassar a meta dos 20 por cento definida pela União Europeia – da qual não é membro – para o mesmo período.
“Até 2050, serão necessárias reduções ainda maiores. Os países ricos deveriam tornar-se países ‘zero emissões’”, acrescentou Stoltenberg, que convidou o seu partido a “escrever uma página na história do Ambiente”. Este será o plano nacional de combate às alterações climáticas mais exigente do mundo, estimou o primeiro-ministro.
“Isso significa que, por cada tonelada de gases com efeito de estufa que seja emitida, garantiremos que um volume equivalente será reduzido em outro local”, explicou em referência ao mecanismo de compensação previsto pelo Protocolo de Quioto.
A mais curto prazo, o chefe do Governo prometeu ultrapassar os dez por cento assumidos pelo seu país no âmbito de Quioto, até 2012. Stoltenberg disse que as suas propostas já têm o apoio do seu gabinete, que tem a maioria no Parlamento. “Sinto-me seguro em dizer que serão adoptadas”, contou aos jornalistas.
No próximo mês deverá ser apresentado no Parlamento norueguês um Livro Branco sobre a luta contra as alterações climáticas. “O efeito de estufa... é o nosso problema ambiental mais grave”, disse Stoltenberg, listando riscos como a diminuição da espessura do “permafrost” (solo permanentemente gelado) na Sibéria, a destruição da floresta amazónica e o avanço do deserto do Sahara.
(Ecosfera, 19/04/2007)