Delegações de alto escalão do Uruguai e da Argentina abriram na quarta-feira (18/04) em Madri as primeiras conversas diretas após um ano de grande tensão, em uma tentativa promovida pelo Rei Juan Carlos da Espanha para buscar uma solução à crise das fábricas de celulose. A primeira reunião aconteceu no final da tarde com o ministro de Assuntos Exteriores espanhol, Miguel Ángel Moratinos, como anfitrião.
O chefe da diplomacia espanhola avaliou como "um grande passo" esta primeira rodada de conversas, mas também advertiu que "é muito prematuro e arriscado" pensar que desta reunião podem sair "decisões definitivas". Por isso, disse que não se deve esperar "grandes notícias", embora tenha destacado que a reunião é "o primeiro passo para depois, no futuro, se poder negociar" acordos concretos.
O chanceler argentino, Jorge Taiana, assinalou que "este é o primeiro passo de um processo que esperamos que continue com outras reuniões e outros encontros de trabalho" e se mostrou "moderadamente otimista". A reunião de Madri foi convocada após o trabalho mediador realizado pelo embaixador espanhol na ONU, Juan Antonio Yáñez-Barnuevo, por incumbência do Rei Juan Carlos.
A Argentina pede uma suspensão das obras da fábrica de celulose que a companhia finlandesa Botnia está construindo na localidade uruguaia de Fray Bentos, em frente à cidade argentina de Gualeguaychú, sobre o rio Uruguai. Montevidéu não aceita uma negociação enquanto manifestantes argentinos continuarem interrompendo a passagem nas pontes que unem os países e rejeita a possibilidade de colocar a fábrica. O conflito data do ano de 2003, quando o projeto para a construção de duas fábricas de celulose no Uruguai gerou o pior conflito dos últimos anos com a Argentina.
(EFE, 19/04/2007)