Cientistas chineses conseguiram criar, pela primeira vez, neve artificial no Tibet, a fim de lutar contra a grave seca que, segundo os especialistas, levará ao rápido degelo dos glaciares, informa a imprensa estatal. "A primeira neve artificial demonstra que é possível mudar o tempo, com esforços humanos, no planalto mais alto do mundo (o de Qinghai-Tibet)", afirmou Yu Zhongshui, engenheiro da estação meteorológica tibetana.
Yu explicou que a estação realizou, no dia 10, uma "operação bem-sucedida para fazer cair neve artificial" no município de Nagqu, no norte do Tibet, a uma altitude de 4.500 metros. A camada de neve acumulada sobre o solo atingiu uma espessura de um centímetro, segundo a agência oficial Xinhua."Lançar precipitação artificial pode ajudar a aliviar a seca nas pradarias do norte do Tibet", acrescentou Yu, que não informou se, para conseguir a neve, se recorreu ao iodeto de prata, como ocorre com a chuva artificial, arma freqüente na China para lutar contra os incêndios e aliviar as secas.
A região autônoma tibetana registrou, neste ano, o inverno mais ameno do último século, com uma temperatura média 2,7 graus superior ao normal. Os cientistas advertiram que o incessante aumento das temperaturas e o degelo das geleiras no Tibet causarão desertificação, secas e tempestades de areia, entre outras catástrofes. Segundo os cálculos mais pessimistas, 64% das geleiras chinesas derreterão até 2050, embora uma equipe de cientistas chineses enviados ao Himalaia assegure que o ritmo não é tão rápido como parece.
(Efe, 18/04/2007)