O Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep) conseguiu inibir - e deixar nas condições ideais - a presença do manganês na água que chega aos consumidores com a aplicação do permanganato de potássio. A afirmação é do diretor-presidente Ubiratan Anselmo. Há cerca de 15 dias a situação está normalizada e o número de queixas praticamente zerou na autarquia. Entretanto, esclarece Anselmo, nas localidades onde, porventura, a água ainda apareça um pouco turva, pode existir alguma concentração do metal em determinados pontos da tubulação. "Se isto ocorrer, o consumidor pode nos procurar", adianta.
Mas o trabalho do Sanep não pára por aí. Como a substância ainda está presente na própria barragem Santa Bárbara foi necessário dragar o local. De acordo com o presidente da autarquia, os técnicos continuam desenvolvendo as ações recomendadas pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS), a fim de manter a água em boas condições e eliminar o metal nos pontos onde ele ainda se concentra, como por exemplo, a própria barragem. Para solucionar o problema, o Sanep tem gasto em média R$ 15 mil mensais na aplicação do permanganato de potássio e em torno de R$ 7 mil com a dragagem.
Anselmo comenta ainda que outra ação desenvolvida pela autarquia para garantir a qualidade na água que chega aos pelotenses é a limpeza nos reservatórios, serviço que há muitos anos não era feito na cidade. O trabalho já foi executado no bairro Lindóia, no R4 - localizado na rua Andrade Neves com Pinto Martins -, no R5 - na rua Frontino Vieira, no Fragata - e na Guabiroba. Na próxima semana, os técnicos chegam ao R3 - na Andrade Neves com Conde de Porto Alegre.
Também se encontra em fase de conclusão o projeto que prevê a construção da lagoa de tratamento dos efluentes no Sítio Floresta, próximo à rua Leopoldo Brod. O custo total será definido tão logo o projeto seja terminado, mas a certeza é de que as obras devem ser iniciadas ainda este ano, enfatiza Anselmo.
A bioquímica do Sanep, Isabel André, garante que a água está nas condições ideais para ser consumida. "Se ela não estiver turva - quando isto ocorre as pessoas ficam com receio - pode ser bebida tranqüilamente", enfatiza. Segundo ela, foram monitorados 60 pontos diferentes da rede de abastecimento e avaliados diversos aspectos - alumínio, ferro, flúor, o próprio manganês - e os resultados foram satisfatórios. "Todos os índices estão dentro dos parâmetros considerados normais pela legislação", diz.
Na conta de água deste mês, os consumidores devem receber o relatório anual do Sanep referente ao ano de 2006 - conforme determina a legislação - e um esclarecimento sobre o problema do manganês. Em maio será encaminhado outro comunicado, com os procedimentos que devem ser adotados para que seja feita a limpeza dos reservatórios domiciliares, ou seja, as caixas d´água.
(Diário Popular, 18/04/2007)