Um novo estudo, realizado nos Estados Unidos, levanta a possibilidade de que o aquecimento global irá dificultar a formação de furacões. A teoria, lançada por Gabriel A. Vecchi, da Administração Nacional de Oceano e Atmosfera (NOAA), e Brian J. Soden, da Universidade de Miami, é apresentada na edição desta quarta-feira (18/04) da revista especializada Geophysical Research Letters.
Vecchi e Soden usaram 18 modelos complexos de computador para antecipar os efeitos do aquecimento entre os anos 2001-2020 e 218-2100. Entre os resultados, aparece um aumento na diferença de velocidade vertical dos ventos com a altitude, sobre o Atlântico tropical e o Pacífico Leste. Quando um furacão se depara com uma diferença grande nessas velocidades, ele pode perder força. Mas, por outro lado, a água quente fornece a energia que impulsiona os furacões, e portanto condições de temperatura mais elevada podem fortalecer as tempestades.
"Não sabemos se a mudança de velocidade cancelará o potencial gerado pelos oceanos mais quentes, mas o aumento na diferença tenderá a tornar o Atlântico e o Pacífico Leste menos favoráveis para os furacões", disse Vecchi. Soden acrescenta que "este estudo, de modo algum, solapa o consenso na comunidade científica sobre a realidade do aquecimento global".
A enorme destruição provocada pelos furacões Katrina e Rita, em 2005, focalizou a atenção de boa parte da comunidade internacional e, principalmente, da opinião pública americana, nos ciclones tropicais - como esse tipo de tempestade também é conhecido - e alguns pesquisadores de renome sugeriram que o aquecimento dos mares alimenta a força das tormentas.
(Associated Press,