A conservação da Floresta Amazônica - conhecida mundialmente pela
biodiversidade e importância no combate do efeito estufa - pode
torna-se uma tarefa de várias nações daqui a alguns anos. Uma as
propostas que o Brasil apresentará na 7ª Sessão do Fórum das Nações
Unidas sobre Florestas (UNFF) é que os países desenvolvidos contribuam
financeiramente com o Brasil para o desenvolvendo programas de manejo
sustentável na Amazônia.
A 7ª Sessão do Fórum das Nações Unidas sobre Florestas começou no
último sábado (14), em Nova Iorque (EUA) e se estende até o dia 29. A
participação do Brasil no evento está prevista para a próxima semana. O
diretor do Serviço Florestal Brasileiro, Tasso Azevedo, representa o
país nos debates.
“Proteger as florestas custa muito caro e nós acreditamos que é muito
importante protege-las, mas que também tem que existir algum mecanismo
que faça com que o mundo ajude a pagar a conta de manter a floresta em
pé e que serve e prestas serviços ao mundo inteiro”, disse Azevedo.
Segundo ele, o Brasil reduziu em 50% a área desmatada nos últimos dois
anos e isso de forma voluntária, já que não existe no país nenhuma meta
a cumprir. “Nós acreditamos que isso é super importante, mas que também
tem que haver incentivos, ou seja, é preciso recursos que venham do
mundo para pagar pelo serviço prestado pelo Brasil”.
Tasso Azevedo ressaltou que a proposta de parceria para conservação de
florestas será novamente apresentada na reunião do G-8, o grupo do oito
países mais ricos do mundo e a Rússia, em junho próximo.
Outras iniciativas também serão discutidas na reunião em Nova Iorque,
como a redução da perda de florestas no mundo, o aumento do número e
extensão das áreas protegidas, como reservas e parques nacionais, e o
desenvolvimento e aplicação de formas de manejo sustentável para a
exploração da floresta.
O diretor explicou que o uso sustentável da floresta consiste na
aplicação de modelos que não privilegiam a derrubada da mata nativa,
como por exemplo a criação de gado de modo extensivo ou agricultura em
grande escala que vá de encontro a floresta, pois esses são modelos que
degradam o meio ambiente. Em sua visão o primeiro ponto seria
privilegiar modelos que possam
desenvolver-se sem ser preciso a derrubada da floresta nativa.
O segundo aspecto importante para o desenvolvimento sustentável
apontado por Tasso Azevedo é fazer com que a floresta tenha valor
econômico em pé. Isso se daria pela exploração racional dos produtos
oferecidos pela floresta ou pelo pagamento dos serviços prestados por
moradores do local na proteção dessas áreas.
Tasso Azevedo disse que no encontro a proposta brasileira será que as
discussões ocorram de forma objetivas, ou seja, de que na reunião sejam
definidas as responsabilidades e as metas de cada país no processo. Em
2011, no próximo encontro, cada país apresente os resultados e em 2015
as metas sejam revistas.
(Por Marcos Agostinho,
Agência Brasil, 17/04/2007)