Dois fatores são cruciais para o sucesso de qualquer sistema global para reduzir os gases do efeito estufa. Um é a liderança americana; o outro é a participação total da China. Apesar da falta de confiança do presidente Bush, há uma pressão crescente para os EUA assumirem um papel mais agressivo de prefeitos, governadores, algumas pessoas no Congresso, e, depois, até mesmo a Corte Suprema. E agora, há uns sinais modestos da China.
Durante uma visita a Tóquio semana passada, o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, anunciou que seu país estava preparado para participar de negociações em um novo acordo para limitar as emissões de gases, para renovar os termos do Protocolo de Kyoto que vence em 2012. A China não faz parte dos limites de emissões do acordo, mas seu comprometimento em conversar levanta reais esperanças que ela possa estar aberta à idéia.
O Japão e a China também concordaram em trabalharem juntos para reduzirem emissões. Ambos os lados têm fortes motivos econômicos para isso. O Japão, um dos países mais eficientes energeticamente, está tendo dificuldades para reduzir as emissões como exigidas pelo acordo de Kyoto. Ele pode ganhar crédito ao cumprir suas obrigações investindo em projetos de energia limpa em países em desenvolvimento como a China, o que ajudaria a economia da China e daria acesso a novas tecnologias.
A China pode estar começando a compreender que as mudanças climáticas representam um perigo para ela mesmo, assim como para todos os outros. Mas especialistas acreditam que a China – que logo poderá ultrapassar os EUA como emissor líder de dióxido de carbono – nunca irá entender o problema até que imponha limites obrigatórios em gases do efeito estufa como exigidos por Kyoto e aceitos pela maioria das nações industrializadas, com os EUA sendo uma exceção.
Tais medidas seriam soluções custosas, e a China provavelmente não irá engolir se os EUA não fizerem também – embora use a América como desculpa por inação assim como Bush está usando a China para se desviar do assunto. Os democratas no Congresso devem ajudar a resolver esse empate, e encorajar a China para se engajar no assunto, estabelecendo limites fortes e com credibilidade para esse país.