O presidente venezuelano, Hugo Chávez, reconheceu que o etanol fabricado pelo Brasil, de cana-de-açúcar, é uma alternativa ao petróleo, e destacou que suas críticas se dirigem à proposta dos Estados Unidos de produzir biocombustíveis a partir de alimentos. "Nós apenas alertamos sobre a proposta de (do presidente americano, George W.) Bush, que é muito diferente do que propõe o Brasil para uma energia complementar ao petróleo", disse Chávez ao final da reunião com os presidentes sul-americanos.
O etanol "nunca vai substituir o petróleo e o gás, mas vai complementá-los, como a energia nuclear, a eólica, a energia solar", disse Chávez, que tratou do tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Chávez, anfitrião da Cúpula e dono das maiores reservas petroleiras e de gás da região, e o líder cubano, Fidel Castro, consideram que os biocombustíveis podem ameaçar a produção de alimentos, principalmente se forem gerados a partir do milho.
A declaração final da Cúpula, que está sendo redigida, traz uma menção da "ameaça alimentar" representada pelo etanol. Segundo Marco Aurélio Garcia, assessor para Assuntos Internacionais do presidente Lula, "o documento terá uma menção sobre a questão dos alimentos envolvendo todos os combustíveis: quer dizer, alertando sobre os perigos que representa qualquer fonte de energia (incluindo petróleo e biocombustíveis) na produção de alimentos".
(AFP, 16/04/2007)