A edição deste ano do Relatório de Desenvolvimento Humano, principal publicação da Agência das Nações Unidas para o Desenolvimento (PNUD), abordará as mudanças climáticas — “um dos mais importantes e complexos desafios da humanidade no século 21”, segundo a agência da ONU. O estudo, que será lançado em novembro, vai trazer os novos resultados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e mostrar como o aquecimento do planeta pode afetar as condições sociais de vários países, prejudicar os avanços no combate à pobreza e dificultar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM, uma série de metas socioeconômicas que os países da ONU se comprometeram a atingir até 2015).
A avaliação do PNUD, já adiantada no relatório de 2006 (que tratou de água e saneamento), é que alguns efeitos danosos são inevitáveis. Por isso, o trabalho a ser divulgado este ano vai destacar aspectos ligados à adaptação e mitigação das conseqüências das alterações climáticas, como indica o esboço apresentado pelo programa da ONU. Uma série de estudos de caso vai mostrar como moradores e governos podem minimizar o impacto dos desastres ambientais.
Esse tema é especialmente importante porque tem relação direta com as implicações das alterações climáticas para as desigualdades no desenvolvimento humano — já que os países ricos são mais bem preparados para fornecer a infra-estrutura necessária de modo a reduzir os riscos de desastres ambientais.
Outro aspecto a ser enfatizado são as tecnologias que podem deter a emissão de gás carbônico (como produção de energia por fontes renováveis): como elas podem ser incentivadas, que tipo de políticas podem ser feitas para que elas de fato funcionem.
O relatório também vai analisar em que medida as metas de redução de poluentes estabelecidas por países de renda elevada estão sendo cumpridas e se elas são suficientes para reverter as projeções mais pessimistas. Em contrapartida, o texto vai defender negociações mais amplas para um acordo posterior ao Protocolo de Kyoto (que impõe metas de diminuição das emissões de carbono até 2012): um acordo que institucionalize cortes profundos nas emissões, cubra todos os países e inclua aspectos ligados a transferência de tecnologia.
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Agência PNUD, 16/04/2007)