A licitação para a implantação de um terminal de produtos florestais no porto do Rio Grande deve sair no próximo ano. Para a ação ser efetivada basta que o estudo sobre o projeto, que está sendo realizado pela Superintendência do Porto do Rio Grande (Suprg), aponte a viabilidade econômico-financeira do empreendimento.
Será disponibilizada uma área de cerca de 40 hectares, próxima ao Terminal de Contêineres (Tecon), para a instalação do novo terminal que deverá ser utilizado para escoar, principalmente, a produção de celulose. A superintendência e a prefeitura municipal de Rio Grande já trabalham na realocação de famílias de pescadores que se encontram hoje no local.
O assessor-técnico da Suprg, Newton Quintas, argumenta que as pessoas daquela localidade estão em situação irregular por habitarem uma área da Marinha. Quintas explica que a licitação permitirá a livre concorrência dos possíveis arrendatários que devem investir em torno de R$ 70 milhões para efetivar o terminal. O assessor da Suprg estima que no próximo ano será aberta a licitação, em 2009 será realizada a construção e em 2010 a operação do complexo.
Existe a expectativa de que as empresas Votorantim Celulose e Papel (VCP) e a Aracruz participem em conjunto da licitação para a implementação do terminal. Nos protocolos de intenções quanto à implantação dos projetos de florestamento assinados entre as companhias e o governo do Estado, está prevista a necessidade da utilização de um terminal para escoar a produção de celulose das empresas. Os empreendimentos de florestamento da Aracruz, VCP e Stora Enso no Rio Grande do Sul devem implicar um investimento de cerca de US$ 4 bilhões.
Além do complexo de produtos florestais, o porto do Rio Grande deve concentrar outros investimentos dos terminais privados nos próximos quatro anos. A ampliação do cais da Bianchini deve absorver um investimento de cerca de R$ 50 milhões, a construção do terceiro berço de atracação do Tecon, mais R$ 90 milhões, a implantação de um novo terminal da Bunge Fertilizantes implicará um investimento de R$ 100 milhões e a ampliação do terminal da Companhia Petroquímica do Sul (Copesul) com a construção do 2º berço de atracação, mais R$ 30 milhões.
(Por Jefferson Klein, Jornal do Comércio, 16/04/2007)