Com uma frota que chega a 4 milhões de veículos e conhecido como um dos estados mais industrializados do país, o Rio Grande do Sul também contribui para o aquecimento global decorrente da emissão de gases, principalmente dióxido de carbono e metano. As preocupações se intensificaram após a divulgação de relatórios internacionais. Pesquisadores e especialistas consideram que o Estado, assim como o país, ainda estão longe de possuir os sistemas adequados para a diminuição significativa das emissões.
O dióxido de carbono, mais conhecido como CO2, é um dos gases resultantes da queima de combustíveis. Mas não apenas de combustíveis fósseis (como aqueles à base de petróleo). 'Todos geram CO2 e aí se incluem o álcool e o biodiesel. É importante, nas análises feitas, que seja levado em conta todo o processo. No caso do álcool, por exemplo, há uma emissão de dióxido de carbono também quando da geração do produto', assinala a professora Maria Teresa Raya Rodriguez, do Departamento de Ecologia da Ufrgs. Segundo ela, a solução inclui ações associadas de redução de emissões e fiscalização e compensações.
A fiscalização a respeito dos processos é um dos pontos que preocupam os especialistas, já que o governo brasileiro discute, mas ainda não tem definido um sistema de inspeção veicular que inclua a questão ambiental.
No caso dos processos industriais, a situação é semelhante. 'Hoje, não existe uma medição da emissão de CO2. O que há são estimativas que levam em conta o consumo de combustível e o número de veículos em circulação', informa um dos integrantes da Rede de Monitoramento Automático da Qualidade do Ar da Fepam, Estevão Segalla.
As discussões no país ainda deverão definir quais órgãos serão responsáveis pela fiscalização no caso dos meios de transporte e qual seria a estrutura necessária para que as ações funcionem. De acordo com as estimativas feitas pelos pesquisadores, levando em conta a situação atual, a partir do controle efetivo, uma parte significativa da frota de veículos deixaria de circular, já que emite gases poluentes que estariam bem acima dos padrões considerados aceitáveis.
(Correio do Povo, 16/04/2007)