Os paulistanos estão precisando de mais conscientização ambiental. É que revela o levantamento realizado pela empresa de pesquisas de mercado, H2R. Segundo a pesquisa, 76% dos moradores da cidade de São Paulo afirmam já ter jogado alguma coisa, algum lixo na rua.
Dentre os materiais, chicletes e papéis de bala lideram entre os materiais jogados nas ruas, tendo esta resposta de 51% dos entrevistados. Logo atrás, com porcentuais relevantes aparecem bitucas de cigarro panfletos de imobiliárias e financeiras, com índices de 28%. Latas e garrafas de bebida surgem como resposta de 26% dos entrevistados.
A pesquisa mostra, por sua vez, que, embora 76% dos entrevistados admitam contribuir para a poluição e entupimento de córregos e bueiros, 44% avaliaram a cidade como "muito suja". Na avaliação de atitudes que incomodam os cidadãos da capital paulista, 38%, curiosamente, responderam o ato de jogar lixo nas ruas.
Bastante próximo, entre as ações que incomodam, para 35% das pessoas está o ato de fazer necessidades nas ruas. A resposta é superior a de quanto se trata das necessidades de animais - apenas 13% afirmaram ficar incomodados com isso.
Mea-culpa
Apesar dos péssimos hábitos revelados pelos paulistanos, a pesquisa mostra que eles até fazem uma mea-culpa. Para 25% dos entrevistados, é de responsabilidade do próprio cidadão não jogar o lixo nas ruas. Mas para outros 16% cabe à Prefeitura providenciar mais lixeiras e, para 10%, mais garis nas ruas.
Outras medidas, como ações educativas, estímulos à reciclagem e maior fiscalização e legislação mais eficaz foram outras respostas possíveis, apontadas pelos entrevistados, para lidar com a sujeira nas ruas.
Diante da greve anunciada na última sexta-feira pelos funcionários do setor de limpeza urbana da capital paulista, por questões de reivindicação salarial, torna-se ainda mais relevante a conscientização ambiental de cada um.
Conclusões
A empresa responsável pela pesquisa faz, ao final, um alerta direto aos paulistanos e aos órgãos competentes. "Se o cidadão não faz sua parte e a Prefeitura não faz a dela, dificilmente a cidade de São Paulo conseguirá ficar mais limpa", avalia. E emenda, em ataque de consciência: "Não há campanha de conscientização, nem educação, que resistam, quando cidadãos e governo não se responsabilizam pela parte que lhes cabe."
A pesquisa da H2R foi realizada com 450 entrevistados, durante o mês de março, com homens e mulheres, de 14 a 65 anos, das classes sociais de A a D.
(Por
Pedro Henrique França,
O Estado de S. Paulo, 15/04/2007)