A ação do milionário sueco Johan Eliasch para preservar a floresta amazônica está sendo acusada de "colonialismo verde" e deixou mil pessoas sem trabalho e na pobreza absoluta, afirma reportagem publicada neste domingo pelo jornal britânico "The Sunday Times".
Eliasch, que é radicado no Reino Unido e é dono da fabricante de artigos esportivos Head, comprou em 2005 uma área de cerca de 1,6 mil quilômetros quadrados em Itacoatiara, no Amazonas, que pertencia a uma madeireira americana, com o intuito de preservar a floresta.
O empresário gastou 13,7 milhões de libras (cerca de R$ 55,3 milhões) em sua empreitada. Sua fortuna é estimada em 361 milhões de libras (cerca de R$ 1,5 bilhão).
Segundo o jornal, como resultado da compra da madeireira por Eliasch, até mil pessoas empregadas por uma serraria obrigada a fechar ficaram sem trabalho, "aumentando ainda mais as dificuldades numa região já economicamente carente".
Sustento
"O fechamento jogou Eliasch em um debate sobre como os países ricos podem preservar as florestas tropicais levando em consideração o sustento das pessoas que vivem e trabalham nelas", observa a reportagem.
O jornal diz que até mesmo ambientalistas locais vêm criticando as ações de Eliasch, acusando-o de "colonialismo verde".
A reportagem afirma que Eliasch prometeu compensar as pessoas que ficaram sem trabalho e empregar algumas delas como guardas florestais, mas afirmou que a preservação da floresta "é mais importante do que as pessoas morando na região".
O jornal conclui dizendo que Eliasch propôs no ano passado a compra de toda a floresta amazônica para preservá-la, o que "provocou um incidente diplomático entre o Brasil e o Reino Unido quando a idéia foi encampada pelo ministro do Meio Ambiente do Reino Unido, David Miliband, que sugeriu estabelecer uma fundação internacional como a melhor forma de preservar a Amazônia".
(
Folha online, com informações da BBC, 15/04/2007)