Um cogumelo chamado Pleurotus ostreatus é a estrela de um grupo de pesquisadores da Univille, que estão desenvolvendo uma série de pesquisas para usos diversos do cogumelo, como alimentação, uso medicinal e na área de tecnologia ambiental. Uma das linhas de pesquisa está estudando a capacidade do cogumelo de degradar os organoclorados, substâncias resultantes do processo de clareamento do papel. No processo, é utilizado cloro para eliminar uma substância da madeira chamada lignina, que é altamente tóxica.
“Como o efluente desse processo é marrom, quando chega aos corpos d’água, diminuiu o processo de fotossíntese, além de ser tóxica à vida biológica. Hoje, o tratamento desse efluente pelas indústrias é feito com o uso de produtos químicos. Com o cogumelo, ele pode ser mais natural”, explica a engenheira química Andréa Schneider.
No experimento, o Pleurotus ostreatus é colocado junto à lignina e ele se alimenta dela, reduzindo a quantidade de resíduo. “Por enquanto, testamos apenas em laboratório e com a substância. Agora, queremos testar com o efluente das empresas, por isso estamos buscando parceiras”, comenta a pesquisadora.
O grupo de pesquisa também está estudando a vida de prateleira do cogumelo: a melhor forma de secagem e embalagem para consumo. Outra linha analisa o poder do Pleurotus ostreatus como anti-tumoral e antiinflamatório. “Ele é de fácil cultivo, mas é pouco explorado”, enfatiza a farmacêutica e bioquímica Elisa Regina de Souza Wolff. Elisa pesquisa os efeitos imunológicos do cogumelo há três anos e os primeiros resultados mostraram uma diminuição de 70% do tumor. Os experimentos estão sendo aplicados em camundongos com células cancerígenas desenvolvidas em laboratório.
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A Notícia, 15/04/2007)