(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2007-04-16
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está coletando óleo de cozinha em Florianópolis e transformando em combustível. O óleo coletado é de residências, restaurantes e bares dos bairros próximos à UFSC - Trindade, Córrego Grande, Pantanal e Carvoeira. O biocombustível produzido vai para a Cooperativa de Agricultores, Consumidores e Artesãos da Região Serrana (Ecoserra), de Lages, no Planalto Serrano catarinense, e outros agricultores ligados à rede Ecovida de Agroecologia.

O projeto, chamado Família Casca, existe desde agosto de 2006 e conta com o trabalho de alunos bolsistas do Centro de Ciências Agronômicas da UFSC. No início, o grupo coletava apenas resíduos orgânicos para compostagem (transformação em adubo). Com a parceria do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro), a partir do fim do ano, iniciou-se também a coleta de óleo.

A Cepagro realiza o mesmo trabalho na Feira Ecológica do Sul da Ilha, no bairro Armação. Nos arredores da UFSC, o projeto tem a adesão de quatro restaurantes, onde são coletados aproximadamente 300 litros de óleo por mês. O Cepagro e a Família Casca também ganham, aos poucos, a adesão de moradores e outros tipos de estabelecimentos comerciais da região, que armazenam e encaminham o óleo ao Parque Ecológico do Córrego Grande.

De acordo com Marcos José de Abreu, membro do Cepagro, em duas semanas o centro de estudos irá entregar um projeto para o Ministério da Justiça, pedindo verbas para a inclusão da coleta em escolas, creches, parques, condomínios, igrejas e conselhos comunitários. A verba seria disponibilizada pelo Fundo de Direitos Difusos e seria destinada à divulgação do projeto e implementação de atividades educativas nesses locais.

A produção de biocombustível é realizada através da filtragem do óleo saturado. Também está nos projetos da Família Casca a criação de uma usina de filtragem no parque, mas não há previsão de quando e como ela será viabilizada. Para utilizar o biocombustível, os veículos a diesel têm que ser adaptados, ganhando um novo motor. Por ser pouco viscoso, o óleo precisa ser aquecido para servir como combustível – papel realizado pelo motor a diesel.

De acordo com a Associação Industrial e Comercial de Florianópolis (Acif), um restaurante com duas fritadeiras troca o óleo, em média, a cada 15 dias, gerando mensalmente cerca de 50 litros de óleo saturado. Em bairros comerciais e não-turísticos como os que cercam a universidade, com cerca de 70 restaurantes, a produção média mensal é de 3,5 mil litros – sem contar a produção de óleo saturado nas residências.

Nas casas ou em restaurantes, o óleo de cozinha muitas vezes é despejado direta ou indiretamente na rede de esgoto, causando a obstrução das redes coletoras. Nos rios, a presença do óleo também é nociva. Como é mais leve do que a água, ele flutua, formando uma barreira que dificulta a entrada de luz e prejudica a oxigenação da água – comprometendo a base da cadeia alimentar aquática.

Programa ReÓleo
O programa ReÓleo, da Acif, também promove a coleta de óleo de cozinha de bares e restaurantes da Capital desde 2002. Além disso, a prefeitura de São José, na Grande Florianópolis, concedeu um prazo até esta sexta-feira para os estabelecimentos comerciais do município fazerem a adequação necessária para a inclusão no programa Olho no Óleo – que regulamenta a coleta e destinação do óleo de cozinha. Nos dois casos, o óleo é destinado à produção de saponáceos e produtos de higiene.

De acordo com a Acif, uma antiga lenda romana conta que a palavra saponificação teria sua origem no Monte Sapo, onde eram realizados sacrifícios de animais. A chuva levava uma mistura de gordura animal derretida com cinzas e barro para as margens do Rio Tibre. Essa mistura resultava em uma borra. As mulheres descobriram que, usando esta borra, suas roupas ficavam muito mais limpas. A essa mistura os romanos deram o nome de sabão e à reação de obtenção do sabão de reação de saponificação.

A reciclagem do óleo de cozinha em saponáceos é a mais utilizada mundialmente. Mas, além do sabão e do biocombustível, o óleo saturado pode ser utilizado no processo de fabricação de tintas e cosméticos, além do biodiesel.

Algumas cidades do Brasil possuem empresas especializadas na recuperação do óleo de fritura para diversas finalidades. Entre elas, Novo Hamburgo e Gramado, no Rio Grande do Sul, Blumenau, em Santa Catarina, e Curitiba, capital do Paraná.  Além disso, a produção de sabão caseiro é uma boa alternativa para o óleo acumulado nas residências (ver receita abaixo).

Receita de sabão caseiro

Ingredientes
5 litros de óleo usado e coado
1 copo americano de fubá
500 ml de detergente líquido de coco
1 litro de soda cáustica líqüida
1 litro de água fervente

Modo de preparo
Em um balde grande, coloque o óleo coado, junte o fubá, o detergente, a soda cáustica e mexa bem. Depois de misturados acrescente a água fervente e continue mexendo por 40 minutos sem parar.
Coloque a massa na forma e deixe descansar por 10 dias até endurecer. Se for colocar em um recipiente único, corte no formato desejado antes de a barra endurecer completamente.

(Por Graziela Storto, Clic RBS, 13/04/2007)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -