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2007-04-13

O segundo volume do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC na sigla em inglês) confirma a idéia de pesquisadores que o aumento da temperatura e a diminuição da precipitação na região amazônica levarão à morte gradual das árvores da floresta tropical e à sua substituição por vegetação de savana até o final do século.  Em apresentação na tarde de ontem, na Universidade de São Paulo, pesquisadores brasileiros participantes do IPCC apresentaram maiores detalhes sobre seu segundo documento científico.

Dados do IPCC falam da perda de 43% em cerca de 70 espécies vegetais na Amazônia decorrente somente das mudanças climáticas e seu efeito sobre o regime de chuvas na região sem contar os efeitos do desmatamento e queimadas sobre a floresta.

Ressaltando os efeitos sobre a parte leste da superfície amazônica, o pesquisador Philip Fearnside do Instituo Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e revisor do capítulo sobre América Latina do novo documento do IPCC, apontou a citação da questão da savanização amazônica em quatro capítulos distintos do novo relatório, um sintoma de grande preocupação internacional sobre o tema.

"Deve ocorrer uma explosão na mortalidade da vegetação a partir do 2050 com uma temperatura maior e um clima mais seco" explica Fearnside com base em estudos de micro climas com árvores da região.  O dano na perda de biomassa, segundo ele, pode chegar a dez mil quilômetros quadrados de floresta até 2100 se não houver mitigação das mudanças climáticas.

"Atualmente, os efeitos do uso do solo constituem uma ameaça maior à Amazônia que as mudanças climáticas."  Defende o climatologista e um dos autores principais do capítulo "América Latina" do documento "Impactos, Adaptação e Vulnerabilidades" do IPCC, Carlos Nobre.

Para o pesquisador, conter os efeitos da degradação da floresta decorrentes da ação humana ainda é um problema muito mais urgente para a região que as preocupações com o aquecimento global, já que segundo ele, são de solução e controle possíveis, ao contrário do que significam os efeitos de mudanças climáticas como as esperadas pelo IPCC.

América Latina

"No Brasil e na América Latina de forma geral, encontramos um vazio de informações de monitoramento real sobre os efeitos físicos e biológicos dos câmbios climáticos" afirma Carlos Nobre.

Segundo o capítulo de que Nobre foi um dos responsáveis, os principais efeitos para a América Latina estão relacionados ao derretimento das geleiras nos Andes, com possíveis efeitos para o complexo hidrológico da Bacia Amazônica, e a transformação progressiva dos ecossistemas semi-áridos em áridos em toda região.

Re-tropicalização

Durante a apresentação dos pesquisadores ligados ao IPCC nessa tarde o geógrafo e pesquisador Aziz Ab'Saber, presente ao evento, fez intervenção pedindo maior interdisciplinaridade nos documentos com o peso dos relatórios sobre mudanças climáticas. O pesquisador no último mês criticou severamente os cientistas envolvidos no Painel de Mudanças Climáticas defendendo a necessidade expandir a abrangência dos estudos e considerar de maneira séria a possibilidade de que a Amazônia pode se beneficiar do aquecimento global.

Contestado pelos pesquisadores do IPCC sobre a abrangência e seriedade dos estudos, Ab'Saber ressaltou a necessidade aprofundar as pesquisas sobre o aquecimento das correntes marítimas, que segundo ele poderiam expandir a floresta tropical e não destruí-la.

Para o geógrafo, deve-se considerar os efeitos de um chamado período de "ótimo climático" para pensar os efeitos na Amazônia. Essa situação climática teria ocorrido há milhões de anos na formação do planeta e o aquecimento natural da Terra seria a razão da expansão da floresta para áreas temperadas de modo geral e não de sua destruição.

(Por Mariane Gusan, Amazonia.org.br, 12/04/2007)






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