Um forte terremoto que atingiu a ilha de Sumatra, na Indonésia, dois anos atrás, provocou uma das maiores mortes de corais já documentadas, mostra estudo feito por cientistas de dois grupos conservacionistas. O terremoto matou quase mil pessoas na ilha de Nias, que fica ao largo da costa oeste da ilha de Sumatra.
Os cientistas, que estudaram 35 pontos na costa da ilha, descobriram que o terremoto elevou a ilha de Simeulue, perto de Nias, em até 1,2 metro, expondo a maioria dos recifes de corais que a cercam, numa área de mais ou menos 300 quilômetros, disse um comunicado enviado à imprensa.
Os cientistas eram da Sociedade para a Conservação da Vida Silvestre, dos EUA, e do Centro de Excelência em Estudos de Recifes de Corais do Conselho Australiano de Pesquisas, que tem o apoio do governo australiano."É uma história de mortandade em massa numa escala raramente vista", disse Stuart Campbell, da Sociedade de Conservação da Vida Silvestre.
"Diferentemente de outras ameaças, como o embranquecimento dos corais, nenhum dos corais erguidos pelo terremoto sobreviveu."Mas ele disse que alguns pontos já estão começando a se recuperar."Em muitos pontos, as espécies mais afetadas estão começando a recolonizar as áreas de recifes rasos. O processo pode levar anos, mas os recifes parecem estar começando a voltar para sua aparência de antes do terremoto."
O pesquisador Andrew Baird, do grupo australiano, disse que o terremoto ofereceu uma oportunidade única de estudar esse tipo de fenômeno, o que permitiu "documentar um processo que ocorre talvez uma vez por século e que promete fornecer novas informações sobre os processos de recuperação dos corais, que até agora só podíamos estudar em recifes fósseis."
(Reuters, 12/04/2007)