O americano Thomas Schelling, prêmio Nobel de Economia em 2005, disse na quinta-feira (12/04) que a mudança climática será "devastadora" para grande parte dos países em desenvolvimento "e não tanto" para os países ricos, que deverão assumir o custo das medidas necessárias. A declaração foi dada por Schelling durante a inauguração do "Fórum de Estratégias Globais para o Clima após 2012", junto à ministra do Meio Ambiente da Espanha, Cristina Narbona.
Para o economista americano, será necessário realizar um "grande esforço" em pesquisa e desenvolvimento "se, quando chegar o momento, o mundo tiver que reduzir de forma drástica as emissões de dióxido de carbono" à atmosfera, no qual deverão cooperar os Governos e o setor privado.
O Nobel defendeu a ciência da "geoengenharia", pela qual será possível colocar uma espécie de "guarda-sol" na estratosfera ou em órbita para bloquear parte da radiação solar. Esta teoria foi considerada por Schelling há 20 anos. "Na época, a metade das pessoas me considerou louco e a outra metade pensou que era perigoso", disse.
O prêmio Nobel advertiu que o degelo do Ártico poderia subir em seis metros o nível do mar e ameaçaria cidades como Copenhague, Estocolmo, Manila, Londres e Los Angeles. Os países ricos disporiam da tecnologia para a construção de diques de contenção e outras medidas, mas é possível que países inteiros, como Bangladesh, desapareçam.
Schelling considerou "praticamente nula" a possibilidade de que seja possível obrigar os países a cumprirem as quotas de emissões de CO2 permitidas. Além disso, o economista disse que a única maneira de conseguir os objetivos seria mediante a adoção de compromissos de ações e não de resultados, como é o caso do Protocolo de Kyoto.
(Efe, 12/04/2007)