Investimentos de 4,2 bilhões de dólares, nos quais se inclui a instalação de três fábricas de celulose no Rio Grande do Sul, correm risco devido à interrupção, desde janeiro, das concessões de licença para o plantio na área da silvicultura. Nos empregos, as perdas são imediatas: até o final deste mês, 787 trabalhadores devem ser demitidos se o problema do licenciamento não for resolvido pela Fepam. Nessas rescisões contratuais de trabalho, 400 são da empresa Tecnoplanta (Barra do Ribeiro), 317 da Carpelo S/A (Guaíba) e 90 da Nativa (Butiá).
A estagnação do setor da silvicultura gaúcha foi examinada, ontem (11/4), na sede da Tecnoplanta com empresários, parlamentares, representantes da Fepam e da Ageflor. 'Já descartamos 1,2 milhão de mudas. Até o final o mês, serão 3 milhões de mudas encomendadas por clientes que não podem efetivar o plantio', desabafou o diretor da empresa que produz 20 milhões de mudas/mês, Eudes Marchetti. A Tecnoplanta tem 750 funcionários e, na próxima semana, dará aviso prévio para 400 deles.
Na Carpelo, o cenário é igual. 'Atuamos na implantação de florestas, mas a Fepam não liberou mais terras. Já demitimos 139 pessoas em março e, se nada mudar em abril, seremos obrigados a dispensar mais 317', afirma o presidente da empresa, Bernardo Rech. 'Os negócios pararam totalmente', acrescenta ele. Até junho, a Carpelo projeta um total de 952 demissões - ela tem hoje 1.350 funcionários.
O presidente da Fepam, Irineu Schneider, informou que está negociando com o Ministério Público uma solução. Nos dias 25, 26 e 27 próximos, o Zoneamento será submetido a audiências públicas em Pelotas, Livramento e Santa Maria, quando poderá sofrer modificações. Em maio o trabalho vai para o exame final do Consema. Até dezembro de 2006, os plantios aconteceram mediante o Termo de Ajuste de Conduta (TAC).
(Correio do Povo, 12/04/2007)