As autoridades de Jacarta, capital da Indonésia, não sabem o que fazer com o lixo, e reconhecem que a cidade joga no mar até 300 metros cúbicos diários de sujeira, que começam a chegar às paradisíacas praias das ilhas Pulau Seribu. Eko Bharuna, chefe da Vigilância Sanitária de Jacarta, reconheceu à imprensa local que toneladas de detritos chegam todos os dias à baía de Jacarta, levados pelos 13 rios que cruzam a cidade, os quais, em alguns pontos, são pouco mais que depósitos de lixo.
Os dejetos dos cerca de nove milhões de habitantes começam a ser um grave problema para a indústria turística das ilhas Pulau Seribu, situadas a poucos quilômetros de Jacarta e que, nos fins de semana, costumam ser um local de refúgio para os habitantes da poluída capital.
Bharuna também admite que Jacarta não tem recursos suficientes para tratar de maneira adequada tal quantidade de lixo, além de contar com poucos navios para recolher o volume que chega ao mar. "Francamente, no momento, não temos nenhum navio grande nem sofisticado para recolhê-los. Só temos quatro barcos pequenos", disse ao jornal The Point. Os dejetos são retirados do mar de forma manual - com pequenas redes -, mas os navios só conseguem carregar de três a cinco metros cúbicos de lixo por dia.
Para resolver o problema, a Vigilância Sanitária anunciou a criação de um plano-mestre, dentro do qual todos os dejetos serão reunidos em Ubi, uma das ilhas desabitadas das Seribu, localizada a cerca de 25 quilômetros do litoral de Java. As autoridades municipais prometeram que a limpeza será realizada com tecnologia de ponta, e que a ilha selecionada para receber os detritos da capital não virará um mero "lixão".
(Efe, 11/04/2007)