O diretor da Secretaria da Estratégia Internacional para a Redução de Desastres (ISDR) - ligada à ONU -, Salvano Briceño, advertiu que as grandes cidades serão especialmente afetadas pelas mudanças climáticas, e sofrerão cada vez mais o efeito de novos desastres naturais. "Metade da população mundial já vive em áreas urbanas e, em 2030, serão dois terços", entre outros motivos, porque "o aquecimento global provocará piores secas e inundações, que forçarão as pessoas a ir para as cidades", alertou o venezuelano Briceño em entrevista coletiva.
No entanto, disse que nos grandes núcleos urbanos "as pessoas não têm tantos recursos para enfrentar os desastres naturais, porque não podem ser usados os meios tradicionais, válidos para o âmbito rural, ao mesmo tempo em que desenvolver estratégias de prevenção ou resposta é muito mais complexo".
Entre as grandes cidades mais ameaçadas pelas mudanças climáticas e o conseqüente aumento do nível do mar destacam-se, na sua opinião, as que estão situadas nos deltas dos rios. Segundo Briceño, é necessário que "a comunidade internacional se ative diante do crescente número de desastres" que acontecem todos os anos no mundo todo, e que "só em assistência humanitária internacional absorvem anualmente US$ 5,5 bilhões".
Nesse sentido, a ONU está preparando uma conferência entre 5 e 7 de junho, em Genebra, na qual estudará como melhorar a preparação das comunidades diante de possíveis catástrofes decorrentes das mudanças climáticas. O objetivo da ISDR é, segundo seu principal responsável, criar uma "plataforma mundial para a redução de riscos", que seja o principal fórum de todos os agentes envolvidos, para trocar idéias e iniciativas, estabelecer prioridades e desenvolver estratégias.
(Efe, 11/04/2007)