Idosos e desempregados de Ananindeua (PA) estão fazendo de lixões o único meio de sobrevivência. Nos últimos seis meses, mais de 30 catadores se uniram em duas grandes associações. Cerca de outros dez dos chamados profissionais do lixo trabalham sozinhos, geralmente com ajuda dos filhos. A maior concentração de catadores e associações de trabalho é o bairro de Águas Lindas, onde ficam o Lixão do Aurá e o Lixão do Recanto da Saudade, onde trabalham pelo menos 20 famílias em função da compra e venda de material reciclável, como papelão, plástico, latas de alumínio e madeira. O trabalho rende entre R$ 25 e R$ 30 por semana, lucro considerado bom pela maioria dos trabalhadores. No entanto, na área do lixão do Recanto da Saudade, o meio ambiente é desrespeitado. A degradação começou bem antes dos catadores chegarem com a retirada de terra, geralmente usada na construção civil. Hoje, o lixo que não é aproveitado pela reciclagem acaba sendo jogado em um buraco com mais de 400 metros quadrados de onde jorra um grande lago limpo em alguns pontos, bastante comprometido em outros. Aos finais de semana e feriados, jovens e adultos retiram pequenos peixes do lago que surgiu no meio do lixo e se tornou a principal opção de lazer das famílias da área. (O Liberal-30/10)