Apesar de proibida, a ocorrência de farra-do-boi em Santa Catarina cresceu 30% este ano. A Polícia Militar registrou 292 chamados contra 224 em 2006 e deteve 27 pessoas. Vinte e um animais foram aprendidos e recolhidos pela Companhia de Desenvolvimento Agrícola do Estado (Cidasc).
A estatística foi divulgada segunda-feira (09/04) pela PM. Apesar do aumento em relação a 2006, os números da farra variam de ano a ano. Em 2005, houve 349 ocorrências, e em 2004, 266. A polícia registrou farras em 14 municípios, a maioria no litoral.
O Supremo Tribunal Federal (STF) considera a farra-do-boi crueldade com os animais. Proíbe a prática, ainda que sem violência e dentro de mangueirões. De acordo com o chefe de comunicação da PM no Estado, tenente-coronel Anselmo Souza, o principal destaque foi o aumento do número de pessoas que participaram das farras em Governador Celso Ramos.
Ele acredita que isso ocorreu devido à aprovação de projeto de lei no município que prevê a regulamentação da farra, que passaria a ser chamada de brincadeira do boi.
A divulgação também atraiu público, acredita. “Foi uma iniciativa popular que chamou muita gente, inclusive de fora do município. Eles queriam saber como era.”
Segundo ele, a PM fez barreiras móveis e fixas nas estradas da região, mas as farras eram realizadas no interior do município. Outro recurso usado pelos farristas para atrapalhar o trabalho da PM era repassar, entre eles, por celular, a informação da chegada de policiais. Souza diz que os policiais não agiram para evitar confrontos e depredação dos carros.
“Em Governador Celso Ramos era muito perigoso. Teríamos de entrar com um batalhão inteiro, e poderia ocorrer um confronto”, diz. Para o policial, a situação só será revertida se for desenvolvido trabalho de conscientização com as crianças desde cedo. “Precisamos de parcerias com as escolas para as próximas gerações.”
(AN, 10/04/2007)