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2007-04-10

O presidente do BID Luis Alberto Moreno qualificou os biocombustíveis como uma "oportunidade transformadora" para a América Latina e o Caribe ao anunciar os detalhes de um plano abrangente de projetos de investimento e programas de assistência técnica para ajudar os países da região a alcançar suas metas de energia renovável de modo sustentável.

 

"Os biocombustíveis podem trazer investimento, desenvolvimento e trabalho a zonas rurais com altos níveis de pobreza, reduzindo ao mesmo tempo a dependência de combustíveis fósseis importados" em vários países membros do BID, afirmou Moreno em uma reunião organizada pela Comissão Interamericana de Etanol na sede do Banco. "Nesse aspecto, cremos que os biocombustíveis podem ajudar em nossa missão principal de gerar oportunidades econômicas e melhorar a qualidade de vida da maioria de baixa renda na região."

 

Moreno advertiu contra expectativas pouco realistas em relação aos biocombustíveis. Explicou que o BID está analisando cuidadosamente os aspectos relacionados a custos, subsídios, condições de trabalho e impacto dos biocombustíveis sobre o uso da terra e a produção de alimentos.

 

Dada a variedade de potencial e de exigências dos países da região, Moreno observou que o BID está aplicando um enfoque "deliberadamente flexível" em seu programa de trabalho sobre biocombustíveis. No Brasil, país líder na produção de biocombustíveis, o Banco está se concentrando em alavancar os investimentos do setor privado para ampliar a capacidade de produção.

 

Moreno acrescentou que o Departamento do Setor Privado do BID está estruturando financiamento de dívida principal para três projetos de produção de etanol no Brasil que terão um custo total de US$570 milhões. O departamento também está preparando para o Brasil cinco transações de biocombustíveis ou projetos com componentes de biocombustíveis com um custo total de quase US$2 bilhões. Esses investimentos contribuirão para o objetivo do país de triplicar sua produção anual de etanol até o ano 2020, disse Moreno.

 

O BID também quer apoiar o objetivo do governo brasileiro de converter seu país em um centro mundial de primeira linha em pesquisa e desenvolvimento de biocombustíveis, acrescentou Moreno. O Banco está entabulando conversações com as principais autoridades brasileiras para facilitar a transferência de tecnologia e assistência técnica e permitir que outros países da região possam se beneficiar com a experiência e os conhecimentos dos brasileiros nesse campo.

 

Moreno observou que o Banco está oferecendo uma série de serviços a países como Colômbia, Costa Rica e El Salvador que vêm produzindo e exportando biocombustíveis em pequena escala há muitos anos. Na Colômbia, a Corporação Interamericana de Investimentos do Banco está considerando financiamento de US$20 milhões para uma empresa de biocombustível de óleo de palma, que produzirá eventualmente até 100.000 toneladas de combustível ao ano.

 

Na Costa Rica e em El Salvador, o BID está financiando estudos de viabilidade e assistência técnica em áreas como regulação, desenvolvimento de mercado e educação pública para ajudar os governos de ambos os países a alcançar sua meta de substituir 10% de seu consumo atual de gasolina por etanol.

 

Reconhecendo que as condições de clima e de solo em muitas áreas rurais não são ideais para a produção em grande escala de biocombustíveis, Moreno disse que o BID também está apoiando pequenos projetos, tais como os que produzem biodiesel à base de oleaginosas que requerem poucos insumos e que são amplamente cultivadas na região. "Esses projetos podem proporcionar uma fonte econômica de combustível em comunidades rurais isoladas, criando por sua vez uma fonte de renda para a subsistência dos agricultores", disse ele.

 

Moreno acrescentou que para refletir essa realidade diversa o Departamento do Setor Privado está preparando um programa de energia limpa que fornecerá pelo menos US$300 milhões em financiamento e assistência técnica para projetos de energia renovável e eficiência energética em toda a região, com ênfase em investimentos em pequena escala.

 

Moreno comentou que o BID também tem financiado reuniões técnicas do Grupo Mesoamericano de Biocombustíveis, composto por países da América Central e do Caribe cujos governos esperam anunciar nas próximas semanas uma iniciativa regional de biocombustíveis.

 

A Comissão Interamericana de Etanol é um grupo do setor privado co-presidido por Moreno, Jeb Bush, ex-governador do estado da Flórida, e Roberto Rodrigues, presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Foi criada em 2006 como um foro para difundir informação sobre etanol, facilitar investimentos privados em biocombustíveis e promover a criação de um mercado hemisférico de biocombustíveis. Durante a reunião, Moreno descreveu o setor privado como um "parceiro-chave" para a estratégia de biocombustíveis elaborada pelo Banco e solicitou perguntas da audiência, que incluía 250 representantes empresariais e governamentais, bem como pesquisadores e jornalistas.

 

Além dos discursos de Moreno, Bush e Rodrigues, a conferência incluiu a apresentação de "A Blueprint for Green Energy in the Americas" ("Um modelo de energia limpa nas Américas"), estudo abrangente dos mercados de biocombustíveis até 2020 encomendado pelo BID a Garten Rothkopf, uma empresa de consultoria independente. O estudo avalia o desenvolvimento dos biocombustíveis em 50 países de todo o mundo e as tendências que estão influenciando os mercados, as políticas, as regulamentações, o investimento e o crescimento, e oferece recomendações estratégicas para criar e manter indústrias competitivas de biocombustíveis na região.

(BID, 09/04/2007)

 

 


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