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2007-04-10

Uma proposta ambiciosa formulada para a reunião de cúpula do G-8, em junho na Alemanha, deve prever que países industrializados e emergentes, como o Brasil, dupliquem a eficiência energética. A proposta foi preparada por 20 especialistas internacionais sob a coordenação da Fundação das Nações Unidas, por encomenda do governo alemão, que preside este ano o G-8, grupo dos países mais ricos do planeta, mais a Rússia.

 

Se a Alemanha convencer seus parceiros a toparem o compromisso, haverá impacto em todos os setores da economia, desde a produção de motores de carros à construção de prédios e residências, consumo residencial etc. A primeira-ministra alemã, Angela Merkel, que já foi ministra de Meio Ambiente, quer liderar o combate às mudanças climáticas e insistirá sobre a importância de promover eficiência e segurança energética, indicam funcionários em Berlim.

 

Pela primeira versão da proposta, Alemanha, Estados Unidos, Japão, França, Reino Unido, Itália, Canadá e Rússia, responsáveis por 63% da produção global, se comprometeriam a aumentar sua eficiência no uso de energia em 2,5% nos próximos 25 anos. Isso é o dobro da taxa histórica da chamada produtividade energética do G-8 nos últimos trinta anos, que variou entre 1% a 1,5% ao ano graças ao avanço tecnológico e outros fatores. Para se ter uma idéia, isso levou as principais economias industrializadas a economizaram 57 bilhões de toneladas equivalentes de petróleo, resultando, pelo preço atual, em poupança de US$ 25 trilhões, segundo o estudo.

 

Metas intermediárias obrigatórias entre 20020 e 2030 são propostas para o G-8, detalhando como seriam alcançadas setor por setor - industrial, transporte, residencial, comercial etc. A idéia é que o G-5, grupo que reúne os grandes países emergentes - Brasil, China, Índia, México e África do Sul - sejam estimulados a tomar a mesma direção, se necessário com algum apoio financeiro do próprio G-8.

 

"As metas quantificadas são para o G-8, mas boa parte das medidas seria aplicável ao G-5, até porque eficiência de automóveis, de motores elétricos etc, usados em fábricas na Europa ou EUA, valem também para as filiais no Brasil ou México", diz o professor Roberto Schaeffer, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o único brasileiro entre os vinte especialistas contratados para o estudo pela Fundação das Nações Unidas. Essa fundação foi criada em 1998 com a promessa de doação de US$ 1 bilhão pelo americano Ted Turner.

 

O documento só fala em eficiência energética, até para driblar a resistência dos Estados Unidos a projetos sobre mudança climática. Mas o texto procura deixar claro que a melhor maneira de reduzir a emissão de gases-estufa é por eficiência energética. "Afora países como o Brasil, onde o desmatamento é a maior causa, 80% de gases-estufa nos outros países vêm do uso de energia", diz Schaeffer. "Isso significa que se deve usar energia de maneira mais eficiente, ou usar energia que tenha menos carbono, ou passar a consumir o que não tenha energia fóssil dentro, mas sim eólica ou solar. Mas, como é caro, daí a necessidade de escala."

 

"Não estamos propondo nenhuma tecnologia revolucionária, e sim uso de tecnologia que está na prateleira, mas não vem sendo usadas por várias razões. Os custos não serão provavelmente maiores do que não se fazer nada", afirma. Para o professor, a eficiência energética tem um espaço enorme, a começar pelas coisas mais simples. Em Berlim, fontes alemães notam que só desligar aparelhos que não estão sendo usados, como televisores e computador, reduziria o gasto individual em até US$ 110 por ano na Europa.

 

Outro exemplo: a lâmpada fluorescente compacta consome só 20% da energia de uma lâmpada incandescente. É a chamada lâmpada fria, na qual mais energia é convertida para luz, e não calor. "Ou seja, dá para reduzir o consumo a um quinto se a legislação obrigar seu uso, em vez de qualquer tipo de lâmpada." Outra possibilidade real: automóveis fazem hoje 12 quilômetros por litro de gasolina, quando poderiam fazer 30. "Há possibilidades enormes e muita poupança em bilhões de dólares."

 

Recentemente, ao analisar a estratégia energética e climática européia, a consultoria McKinsey apontou uma boa e uma má notícia. A boa é que a tecnologia atualmente disponível pode frear a deterioração climática do planeta neste século. A má é gigantesca dificuldade política para transformar essa ambição em realidade.

(Por Assis Moreira, Valor Econômico, 10/04/2007)

 


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