As estratégias, os desafios e a execução de 50 projetos sociais brasileiros bem-sucedidos — envolvendo desde uma associação de pequenos agricultores que trabalha com sisal até uma biblioteca que incentiva a leitura entre deficientes visuais — estão reunidos em uma publicação que será lançada nesta terça-feira (10/04). A obra, intitulada "50 Jeitos Brasileiros de Mudar o Mundo: O Brasil Rumo aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio", foi organizada pelo Programa de Voluntários das Nações Unidas (UNV) e pelo PNUD e patrocinada pela Caixa Econômica Federal.
“A iniciativa visa divulgar e aproveitar as boas práticas para o desenvolvimento. Além disso, também auxilia na construção de uma rede entre os diferentes atores sociais, e pode ajudar a recriar iniciativas brasileiras em outros países”, avalia Dirk Hegmanns, coordenador UNV do Brasil e editor da publicação. “Com o livro, podemos estimular as pessoas que querem trabalhar com desenvolvimento social, incentivar a criação de novos projetos e ajudar organizações a melhorarem seu trabalho”.
O livro será lançado nesta terça-feira (10/04) na Caixa Cultural (Rua Carlos Gomes, 57, Salvador). Ao todo, serão impressos 5 mil exemplares, que vão ser distribuídos para colaboradores, ONGs e governos. Além disso, os parceiros internacionais também terão acesso ao material, que será traduzido para o inglês e estará disponível na Internet.
A publicação é dividida em sete partes, referentes aos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (os objetivos quatro e cinco, ligados à mortalidade infantil e mortalidade materna, foram reunidos em um mesmo capítulo). Cada parte traz os projetos que se destacaram nessas áreas. Para acabar com a fome e a miséria, por exemplo, foram selecionadas 12 iniciativas, como projeto PANGEA — Cooperativa de Catadores Agentes Ecológicos de Canabrava (BA) —, que promove a inclusão social dos catadores em lixão e, paralelamente, contribui com o meio ambiente.
No campo da educação, uma das práticas apresentadas é o Vídeo nas Aldeias, no Amazonas, que usa vídeos feitos pelos próprios índios para fortalecer as identidades indígenas e ampliar os intercâmbios entre as tribos. Na sessão referente à igualdade entre os sexos, foi selecionada a Associação de Formação e Redução Nova Lua, de São Paulo, que oferece assistência social, educacional e profissional às mães adolescentes usuárias de drogas.
Os projetos foram escolhidos com base em critérios como inovação, possibilidade de ser aplicado em outros locais, impacto, respeito à igualdade de gênero e de cor e raça, e envolvimento da comunidade ou de voluntários. “Trata-se de uma iniciativa dinâmica, que pretende dar espaço anual às melhores práticas através da publicação e da criação de um banco dessas práticas na internet”, afirma Hegmanns no texto de apresentação do livro.
(Por Sarah Fernandes,
Agência PNUD, 09/04/2007)