A situação na reserva indígena Roosevelt, em Rondônia (região Norte do Brasil) não mudou muito desde o notório massacre ocorrido em 2004, quando 29 garimpeiros ilegais foram mortos na área. O assunto voltou a ser explorado recentemente pelo jornal francês Le Monde que, em matéria, afirma que ainda existem 1.500 pessoas trabalhando irregularmente na área que pertence ao povo Cinta Larga.
Os dados foram repassados pela Secretaria de Segurança Pública de Rondônia para a Ordem dos Advogados do Brasil. O que chama atenção é que no mesmo documento se afirma a "preocupação que tal fato (o massacre) venha a ocorrer novamente", pois o fluxo de gente para o local vem aumentando nos últimos meses.
No entanto, segundo o jornal, a Polícia Federal, responsável pela fiscalização da área, afirma que o número de pessoas na reserva não passa de 300 desde a morte dos garimpeiros. O número dado pela Secretaria também é contestado pela Fundação Nacional do Índio que afirma que 1.500 "é um exagero".
No dia 7 de abril de 2004, 29 garimpeiros foram mortos na reserva indígena, palco freqüente de conflitos envolvendo indígenas e não-índios. À época, tanto lideranças indígenas como missões indigenistas expuseram que a situação de conflito há tempos já havia sido denunciada e que cabia ao Estado tomas as devidas providências e impedir que confrontos maiores acontecessem.
Historicamente o povo Cinta Larga vem sofrendo muita pressão por estar numa área com muitos recursos naturais, com é o caso do ouro. Ao longo dos anos, eles perderam significativamente suas terras que, na década de 60 chegavam a 6 milhões de hectares e, atualmente, não chegam a 2,8 milhões. Um relatório da Plataforma Brasileira de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais e Culturais, apontou que essa perda é reflexo da exploração e colonização dos não-índios.
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Adital, 09/04/2007)