O vice-primeiro-ministro russo, Serguei Ivanov, anunciou na segunda-feira (09/04), o começo da construção da primeira usina nuclear flutuante do mundo, que entrará em funcionamento em 2010. "Começamos a construir usinas nucleares flutuantes. A primeira plataforma atômica começará a fornecer energia elétrica em 2010", disse Ivanov durante reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, informou a agência de notícias russa Interfax.
Essa primeira central fornecerá eletricidade aos estaleiros de Severodvinsk, porto situado às margens do Mar Branco, no norte da parte européia da Rússia. "Existem planos de criar sete centrais desse tipo, que poderão ser utilizadas no norte da Rússia e no Extremo Oriente", acrescentou. Ivanov ressaltou que vários países mostraram interesse em adquirir essas usinas nucleares atômicas russas.
Por sua parte, Putin ressaltou que o importante é "que a tecnologia utilizada nas centrais flutuantes seja a mais moderna". Segundo a imprensa russa, a China é um dos países mais interessados nesse projeto e, inclusive, participa de seu financiamento. A central flutuante, que utilizará urânio pouco enriquecido (5%), estará equipada com dois reatores, terá uma potência de 70 megawatts e gerará o mesmo volume de eletricidade que uma usina nuclear terrestre.
Além de fornecer energia elétrica a uma cidade de 250 mil habitantes, a central poderia funcionar também para dessalinizar água e prover calefação, possibilitando a economia de 200 mil toneladas de carvão e 100 mil de petróleo ao ano. A central enriquecerá urânio em menos de 20%, não violando, portanto, os acordos da Rússia com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Com esse projeto, a Rússia pretende fornecer eletricidade a zonas remotas do norte europeu do país, à Sibéria e ao Extremo Oriente desligados da rede geral, e exportar energia nuclear a outros países. Em 1968, os Estados Unidos puseram em andamento uma central flutuante no Canal do Panamá, mas a desmantelaram em 1976 devido ao alto custo da manutenção.
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Efe, 09/04/2007)