Os produtores de Arroio do Tigre mostraram-se insatisfeitos com os resultados da mamona produzida pela primeira vez no município, apesar de ser uma cultura de baixo custo. A conclusão é de uma pesquisa realizada em dez lavouras-piloto de diferentes localidades, promovida pela Emater, Secretaria Municipal de Agricultura, Cooperativa Agrícola Mista Linha Cereja (Comacel) e pela empresa Vinema Multi Óleos.
Segundo o chefe do escritório da Emater, José Francisco Tel'ken, os que produziram a mamona para comercialização da matéria-prima não aprovaram viabilidade economica da oleaginosa. Eles asseguram que, se fosse instalada uma usina na região para extrair o óleo, o quadro ficaria positivo. 'Para a pequena propriedade, não é favorável. Teremos de ficar com o milho e o feijão, que possibilitam fazer duas safras no ano e obter melhores lucros', diz Tel'ken.
O agricultor Varlei Antônio Hagemann, morador de Coloninha, atingiu uma das melhores produtividades do município, com 2,1 mil kg/ha, acima da média do RS (entre 1,5 mil 1,7 mil kg/ha). Na transformação, chegou a extrair 50,4% de óleo. Ele plantou a variedade Vinema T1 em novembro de 2005. Utulizando a mão-de-obra familiar (colheita manual), o agricultor teve custo de R$ 382,00 com insumos e o valor do quilo rendeu R$ 0,50 com casca. Neste caso, o produtor obteria um lucro líquido de apenas R$ 668,00, considerado baixo. Tel'ken diz que o único ponto positivo da experiência foi a adaptação da mamona ao clima da região.
(Correio do Povo, 08/04/2007)