(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2007-04-06

Ao avaliar a segunda parte do relatório Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas ( IPCC, sigla em inglês), divulgado hoje (6/4) pela Organização das Nações Unidas (ONU), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que a posição do governo brasileiro é de preocupação. Ela ressaltou que os países em desenvolvimento, contudo, não podem ser transformados em "bode expiatório de uma questão grave e dramática”.

Para Marina Silva, é preciso que os países desenvolvidos assumam uma responsabilidade no que diz respeito ao problema gerado pelas mudanças climáticas. “Nós temos que dar nossa parcela de contribuição, mas tendo a clareza de que os países ricos precisam fazer muito mais do que estão fazendo”.

Um dos riscos apontados na segunda parte do IPCC é que o aumento da temperatura do planeta associado à redução da disponibilidade de água poderá transformar a Amazônia em savanas (vegetação composta por gramíneas, árvores esparsas e arbustos, semelhante ao cerrado) até a metade do século.

Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, a ministra Marina Silva ressaltou que o combate aos efeitos das mudanças climáticas requer um esforço global e não apenas local, nacional ou regional. “Mesmo que os países em desenvolvimento façam 100% do seu dever de casa, reduzindo 20% de suas emissões [de gases poluentes causadores do efeito estufa], se os países ricos - que são responsáveis por 80% dessas emissões - não fizerem as suas metas, mesmo assim nós seremos drasticamente afetados”, alertou a ministra, sem se referir a nenhum país especificamente.

Pelo Protocolo de Quioto, as nações industrializados que ratificaram o documento devem reduzir, até 2012, suas emissões de gases de efeito estufa em aproximadamente 5% abaixo dos níveis de 1990. Já os países em desenvolvimento não têm metas obrigatórias para redução de suas emissões. Entre os países que não ratificaram o protocolo estão os Estados Unidos e a Austrália.

Segundo a ministra Marina Silva, o governo brasileiro adotou “uma postura proativa” para que cenários traçados no relatório não se transformem em realidade. Ela destacou a importância do Plano Nacional de Enfrentamento às Mudanças Climáticas, que está sendo elaborado pelos Ministérios do Meio Ambiente, das Relações Exteriores e da Ciência e Tecnologia.

"O plano vai juntar todas as ações já existentes dentro do governo, que não são poucas, se comparadas a outros países. Para se ter uma idéia, os países ricos têm cerca de 6% da sua matriz energética renovável. Os outros países em desenvolvimento têm cerca de 13% e o Brasil tem 45%".

A proposta, de acordo com a ministra, está sendo traçada nos moldes do Plano Nacional de  Combate ao Desmatamento. Marina Silva explicou que, no caso brasileiro, a principal colaboração com o processo de aquecimento global vem do desmatamento, um dos maiores responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa. No casos de muitos países desenvolvidos,  o maior problema é a queima dos chamados combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natural.

Segundo a ministra, nos últimos dois anos o plano de combate ao desmatamento foi responsável pela redução de 430 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. “Teremos que aprofundar cada vez mais a nossa contribuição”, defendeu, ao destacar que o país também tem investido na produção de biocombustíveis e no uso de energias renováveis.

“O importante é que cada um faça a sua parte na medida do necessário, e o Brasil está tomando essa medidas, com o plano de combate ao desmatamento, todo o plano voltado para as energias renováveis, todo o esforço que estamos fazendo no sentido de ter um Plano Nacional de Enfrentamento às Mudanças Climáticas. Mas essas contribuições precisam ter o sentido da urgência, da dramaticidade, por todos os países do mundo, e todos nós temos que dar a nossa parcela de contribuição”, reforçou.
(Por Juliana Andrade, Agência Brasil, 05/04/2007)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -