As obras da Grandiesel em Cachoeira do Sul, na área do porto do Rio Jacuí, vão acelerar nos próximos dias. A meta de colocar a indústria em funcionamento até o mês de outubro ficará mais fácil de ser alcançada a partir da semana que vem, quando BRDE e Caixa/RS repassarem para a Granol o empréstimo de R$ 35,6 milhões. O financiamento, destinado para a construção da Grandiesel/Cachoeira do Sul, foi aprovado no início desta semana pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas ainda não foi definida a data para assinatura da papelada e repasse do dinheiro.
Com a aprovação do financiamento, a diretoria da Granol colocará toda a força de trabalho no canteiro de obras da Grandiesel/Cachoeira do Sul. A planta desta indústria custará cerca de R$ 44,5 milhões e terá capacidade de produzir cerca de 120 milhões de litros de biodiesel. Para atingir esta produção, a Granol terá que esmagar pelo menos 350 mil toneladas de soja no antigo complexo da Centralsul. A quantidade de soja necessária é três vezes maior que toda a produção cachoeirense. Para abastecer a indústria, a empresa está comprando cargas de soja da região norte do estado.
Na área onde será erguida a Grandiesel, a movimentação de terra para nivelar a área está a todo vapor. Segundo um dos trabalhadores, até o final deste mês, cerca de 250 operários poderão ser avistados trabalhando simultaneamente na construção da usina de biodiesel. Os investimentos da Granol em Cachoeira do Sul deram vida ao desabitado território do porto e para a Volta da Charqueada. Diariamente, dezenas de caminhões circulam pela Avenida dos Imigrantes para carregar e descarregar na Granol. Para garantir o deslocamento dos trabalhadores até o complexo, a TNSG está levando um ônibus até o portão da empresa para levar e recolher passageiros.
Importante
Segundo levantamento do Ministério de Minas e Energia, até o fim deste ano, o país deverá contar com cerca de 40 novas fábricas de biodiesel, com capacidade de produção bem superior à necessária para o atendimento dos 2% de adição ao diesel mineral exigidos por lei a partir de janeiro de 2008. A fábrica de Cachoeira do Sul será a terceira planta industrial de biodiesel da Granol, que já opera uma unidade em Campinas (SP), com produção de 30 mil toneladas ao ano, e outra em Anápolis (GO), com 80 mil toneladas ao ano.
Que empresa é essa que mudará o perfil econômico de Cachoeira?
Fundada em 1966, a Granol atua na área de industrialização e comércio de sementes oleaginosas e óleos vegetais. Opera cinco unidades industriais (Goiás, Rio Grande do Sul e São Paulo), quatro centrais de armazenagem (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), além de 17 centros regionais de compra, um terminal marítimo e dois fluviais. O grupo emprega mais de mil funcionários e dispõe de capacidade anual de processar 1,9 milhão de toneladas de grãos, de refinar 250 mil toneladas de óleo bruto e de envasar 215 mil toneladas de óleo das marcas Granol, Adamantina, Tupã, Celina e Monte Real.
Atenção
Todo o óleo vegetal produzido em Cachoeira do Sul será destinado à fabricação de biodiesel a partir de outubro, quando a Grandiesel estiver pronta. Até lá, a Granol irá contratar refinarias para transformar o óleo degomado bruto de soja em azeite de cozinha.
(Por Giuliano Fernandes, Jornal do Povo, 05/04/2007)