A Petrobras e a estatal Petroecuador assinaram ontem (4/4) um memorando para a exploração do campo Ishpingo-Tiputini-Tambococha (ITT). Localizado na Amazônia equatoriana, o campo tem área de aproximadamente 190 mil hectares e cinco jazidas já descobertas.
A área que deve ser explorada pelas duas estatais fica dentro de uma reserva ecológica, o Parque Nacional Yasuní. Os governos dos dois países comprometeram-se a preservar o meio ambiente.
Com esse memorando, a Petrobras integrará o consórcio para a exploração do campo, formado também pela Empresa Nacional do petróleo (Enap), estatal chilena, e a SIC, ligada à estatal chinesa Sinopec. A Petroecuador já firmou memorando com as outras duas estatais.
De acordo com a Petrobras, por meio desse consórcio, as três empresas vão apresentar uma proposta de exploração para o governo equatoriano, que incluirá plano para descoberta de outras áreas dentro do campo e utilização de resíduos como combustível.
O presidente do Equador, Rafael Correa, destacou que o campo de ITT encontra-se em uma área biológica de grande importância, o que vem provocando crítica de ambientalistas. Eles argumentam que a exploração de petróleo na área poderá gerar danos ambientais.
"Este campo é muito importante para nosso país. No entanto, encontra-se em uma zona muito sensível ecologicamente, no Parque Nacional de Yasuni. Em uma ação inovadora, o governo equatoriano disse claramente ao mundo que a alternativa para o campo de ITT é uma exploração com redução dos impactos ambientais ou deixar o óleo cru represado na terra, mas com uma justa compensação por parte da comunidade internacional", afirmou Correa, ao lado do residente Luiz Inácio Lula da Silva, no palácio do planalto.
Lula afirmou que a Petrobras respeitará a legislação do Equador. "Confiamos que essa empresa estatal, internacionalmente reconhecida pelos seus padrões de eficiência e preservação ambiental, poderá continuar colaborando em estrito respeito às leis equatorianas com o desenvolvimento dos recursos petrolíferos do país-irmão".
Desde 1996, a estatal brasileira atua no Equador, com produção de mais de 32 mil barris diários. A Petrobras e a Petroecuador firmaram ainda acordo de cooperação para a produção de biocombustíveis.
(Por Carolina Pimentel, Agência Brasil, 04/04/2007)