Investidores do Vale do Silício, nos Estados Unidos, têm procurado o próximo grande "hit" em alta tecnologia há anos, mas agora muitos estão de olho em projetos mais "verdes" - encontrar tecnologia para ajudar a combater o aquecimento global. Embora o sucesso comercial de uma empreitada dessas possa levar anos, os investidores estão colocando dinheiro em energias alternativas como solar, eólica, biocombustíveis e novos microchips de iluminação. "Os melhores cérebros do país (EUA) não estão mais trabalhando na próxima droga farmacêutica ou na próxima revolução do silício. Eles querem trabalhar com energia", disse Vinod Khosla, um investidor no Vale do Silício.
Mas pode levar anos até que energias "limpas" virem produtos comerciais, não apenas por causa de barreiras científicas, mas também devido a incertezas sobre prazos, mercado e competição. "Ainda precisamos enxergar algum grande sucesso", disse Regis McKenna, estrategista de marketing que ajudou a lançar a Apple e a Genentech. Ele lembrou que o microprocessador foi desenvolvido em 1971 mas levou outros dez anos antes que a Intel encontrasse um mercado para o produto.
Mais de dois terços, ou US$ 833,6 milhões, de investimentos em tecnologias limpas do ano passado foram feitos por investidores americanos. O grupo comercial Cleantech Venture Network estima que investimentos em energia limpa no Vale do Silício chegaram a US$ 500 milhões no ano passado, incluindo financiamentos. O grupo calcula que US$ 3,6 bilhões foram investidos em todo os EUA e na Europa.
Entre os grandes investimentos estão US$ 50 milhões na produtora de biocombustível Altra Inc, de Los Angeles. Apesar de o gasto em tecnologia limpa estar crescendo mais rapidamente que investimentos clássicos em áreas como a de computadores, o setor ainda reponde por 3,7% do mercado.
(Folha Online, 04/04/2007)