Na abertura do encontro, segunda-feira, o ministro argelino da Gestão do Território, Chérif Rahmani, advertiu que a desertificação em África ameaça obrigar 65 milhões de africanos a procurar refúgio no Ocidente até 2025. “Muito preocupados com a tendência para a regressão dos investimentos internacionais em favor do mundo rural, que compreende 70 por cento da população africana”, os signatários do “Apelo de Argel” “exortam os países africanos que ainda não o fizeram a ratificar o Protocolo de Quioto”.
Este tratado apenas abrange os países industrializados nas suas metas de redução das emissões de gases com efeito de estufa, tidos como responsáveis pelas alterações climáticas. O texto assinado em Argel lembra que a adesão ao Protocolo de Quioto permitirá aos países africanos obter facilidades de financiamento para lutar contra a desertificação e os impactes das alterações climáticas.
O “Apelo de Argel” preconiza ainda a utilização das energias renováveis na luta contra a desertificação e alterações climáticas e defende o reforço da cooperação regional, bem como a criação de um observatório dedicado à desertificação. Os participantes pediram também à comunidade internacional que preveja recursos financeiros para a luta contra a desertificação no Fundo Mundial do Ambiente.
(Ecosfera, 04/04/2007)