O chefe do Centro Nacional de Furacões dos EUA, Bill Proenza, disse na quarta-feira (04/04) que a temporada de furacões deste ano deve contar com várias ocorrências do tipo. Em declarações dadas na Conferência Nacional de Furacões realizada em Nova Orleans, cidade que ainda se recupera do furacão Katrina (2005), Proenza afirmou haver sinais indicando que a temporada deste ano será mais forte do que a de 2006, quando apenas cinco furacões formaram-se no período de seis meses iniciado em 1o de junho.
"Ainda estamos avaliando exatamente esses dados, mas, ao mesmo tempo, acho que a tendência, neste momento, é no sentido de que esta temporada será mais agitada", disse. O principal fator é a ausência, em 2007, do fenômeno El Niño, o aquecimento das águas do oceano Pacífico responsável por inibir a formação de furacões no Atlântico, afirmou Proenza.
No ano passado, o El Niño apareceu em agosto, truncando o que, segundo especialistas, seria uma temporada cheia de furacões. Proenza afirmou que o Centro Nacional de Furacões divulgará sua previsão oficial para 2007, mais bem fundamentada, na terceira semana de maio. "Há muitos fatores que podem influenciar essa previsão. E eu peço aos senhores um pouco de paciência e que esperem até analisarmos todos esses fatores."
Os comentários de Proenza foram feitos um dia depois de divulgada a esperada previsão do especialista William Gray e da equipe dele, da Universidade Estadual Colorado. Segundo Gray, a temporada de 2007 terá 17 tempestades tropicais, das quais nove se transformariam em furacões. Proenza deu suas declarações perto do Centro de Convenções de Nova Orleans, onde milhares de refugiados abrigaram-se em meio ao caos que se seguiu à passagem do Katrina pela cidade, em 29 de agosto de 2005.
Essas pessoas ficaram sem alimentos e sem ajuda humanitária durante dias enquanto fracassava um esforço de resgate liderado pela Agência Federal de Administração de Emergências (Fema), dirigida então por Michael Brown.
(Por Jeff Franks, Reuters, 05/04/2007)