A Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus (ABR) critica a posição de entidades e do próprio governo brasileiro sobre a importação de pneus usados, em discussão na Organização Mundial do Comércio (OMC) entre União Européia e Brasil. "Para a entidade, a posição brasileira, contrária à importação de pneus usados, está equivocadamente baseada em aspectos ambientais em uma discussão sobre comércio. E mais: utilizou argumentos incorretos, sem estudo prévio ou qualquer comprovação”, registra em nota oficial.
Desde janeiro do ano passado, a União Européia contesta, no Órgão de Solução de Controvérsias da OMC, a proibição de importação pelo Brasil de pneus reformados europeus. O governo brasileiro argumenta que a proibição visa proteger o meio ambiente e a saúde pública. A União Européia, por sua vez, alega que se trata de barreira comercial com a finalidade de proteção da indústria nacional.
Segundo a associação dos reformadores de pneus, o material reciclado pode ser “reaproveitado como combustível para os alto-fornos das usinas siderúrgicas e cimenteiras, com a utilização de filtros retentores das substâncias poluidoras. E, também, na produção de pisos industriais, sola de sapatos, tapetes de automóveis e borracha de vedação”. A associação ainda critica o argumento de que existiriam, no país, cerca de 100 milhões de pneus inservíveis no país. “Se houvesse tal montante, os reformadores aproveitariam essas carcaças. Não organizariam toda uma complexa e cara rede logística de importação.”
(Por Aloisio Milani, Agência Brasil, 02/04/2007)