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2007-04-03

As alterações climáticas vão fazer falsos vencedores e é perigoso dizer que trarão benefícios, segundo um esboço do relatório sobre impactos, adaptação e vulnerabilidades de um grupo de cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas), a ser divulgado na sexta-feira (06/04) em Bruxelas.

 

O relatório prevê impactos desiguais do sobre-aquecimento: as nações tropicais de África ao Pacífico, maioritariamente pobres, deverão suportar o peso das mudanças, com a subida do nível médio do mar, por exemplo. O esboço do relatório prevê vagas de calor, secas e inundações que podem causar a fome a milhões de pessoas, especialmente na Ásia e África, e falta de água que podem atingir 3,2 mil milhões de pessoas.

 

Contudo, diz que as explorações agrícolas poderão ganhar com um aumento até 3 graus Celsius, devido a um crescimento das plantações mais favorável em latitudes mais elevadas. Além disso, menos frio nos pólos pode significar menos mortes no Inverno, menores consumos de energia para aquecimento e mais turismo, ajudando a Escandinávia e Nova Zelândia.

 

A ministra do Ambiente norueguesa, Helen Bjoernoy, disse que temperaturas mais altas podem significar “maçãs mais doces” na Escandinávia. Mesmo assim, muitos recusam a ideia de vencedores nas alterações climáticas. “Com um aumento de dois a três graus, podem haver benefícios para as zonas temperadas”, disse Richard Tol, do Economic and Social Research Institute, em Dublin.

 

Na Europa, Richard Tol acredita que as zonas a Norte de Bordéus, em França, podem tirar benefícios.  “Mas, do ponto de vista ético – que as nossas emissões vão afectar as pessoas do Bangladesh – a situação tem de ser repensada”, acrescentou. Entre os perdedores estão os glaciares nos Himalaias – que segundo o IPCC podem diminuir até aos cem mil quilómetros quadrados em 2030, dos 500 mil actuais. Os glaciares regulam os rios e levam a irrigação a milhões de pessoas na Ásia.

 

Ilhas a pouca altitude, como Tuvalu no Pacífico ou as Maldivas no Índico poderão desaparecer com a subida do mar, fenómeno que causa erosão e fragiliza as defesas naturais como os recifes de coral e os mangais. Milhões de pessoas, da China à Florida, vivem em zonas costeiras baixas.  O relatório do IPCC, que reúne 2500 cientistas, publicado em Fevereiro prevê um aumento do nível do mar de 18 a 59 centímetros até 2100.

 

Até a Rússia, que poderia viver melhor com mais dois graus, pode dar-se mal com as alterações do clima. O aumento das temperaturas pode reduzir a espessura do permafrost (solo permanentemente gelado), sobre o qual estão construídas muitas estradas e cidades – do Canadá à Sibéria – e trazer epidemias do Sul para o Norte.

 

No ano passado, o relatório Stern concluiu que não pode haver vencedores. “É algo muito perigoso dizer que as alterações climáticas vão trazer benefícios”, comentou Anders Portin, vice-presidente da Federação da Indústria Florestal finlandesa. Os produtores de pasta de papel receiam o aumento das pragas de insectos, normalmente mortos pelas temperaturas baixas do Inverno.

 

O 4º Relatório do IPCC é elaborado por três grupos de especialistas. O primeiro grupo publicou a sua contribuição em Fevereiro; o segundo ("Impacts, Adaptation and Vulnerability") será publicado a 6 de Abril; o terceiro (dedicado à Mitigação) está previsto para 4 de Maio. Em Novembro será apresentado o Relatório Síntese, em Valência, Espanha, na 27ª sessão do IPCC.

(Ecosfera, 03/04/2007)


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