A ameaça da gripe aviária continua, embora este ano o número de casos tenha diminuído, alertou na segunda-feira (02/04), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) em comunicado. "Este ano ocorreram menos casos da doença que na mesma época do ano passado, o que indica que há uma redução da carga viral em nível mundial", informou o chefe do serviço veterinário da FAO, Joseph Domenech. O especialista disse que é menor a presença do vírus H5N1 em aves silvestres que no ano passado, quando houve um aumento repentino do vírus, especialmente na Europa.
Apesar disso e do "progresso substancial" nos esforços para combater o vírus da gripe aviária, a FAO afirma que a doença "continua espalhando-se" para novos países. Também destaca que está se expandindo para novas zonas nas nações que não conseguiram conter a doença. "O vírus continua sendo uma ameaça para a saúde das pessoas em contato com aves de criação, ao mesmo tempo em que prejudica as fontes de receita dos camponeses e reduz sua disponibilidade de um alimento nutritivo", afirmou a organização.
A principal ameaça colocada pelo vírus "é que cada caso de contágio humano pelas aves de criação oferece uma nova possibilidade de mutação do vírus, de forma que possa espalhar-se rapidamente entre as pessoas". Se isso acontecesse, segundo os especialistas da ONU, "poderia levar a uma pandemia que custaria a vida de milhões de seres humanos".
Desde que a doença surgiu, em 2003, o vírus H5N1 causou a morte de pelo menos 171 pessoas no mundo todo, entre elas, 66 na Indonésia, o país com maior número de vítimas. Os focos de gripe aviária apareceram em 56 países da África, Ásia e Europa desde 2003. Em 2006, 53 países informaram sobre casos da doença, enquanto, este ano, até agora apenas 17 países foram afetados.
Egito, Indonésia e Nigéria não conseguiram ainda eliminar a doença, "tornando-se reservatórios do vírus para seu potencial de introdução em outros países", segundo a FAO. Por outro lado, Tailândia, Turquia e Vietnã tiveram, em geral, êxito para conter e eliminar o vírus, de acordo com a informação da FAO. Apesar desses sucessos, "o risco de uma pandemia nos acompanhará no futuro imediato", afirmou Domenech.
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Efe, 02/04/2007)