O Atlas de Desenvolvimento Humano no Recife, software que reúne mais de 200 indicadores socioeconômicos da capital de Pernambuco, é um dos finalistas de um prêmio do PNUD que destaca, a cada dois anos, contribuições importantes para a análise e o monitoramento do desenvolvimento humano.
Dos 50 inscritos no Prêmio para o Desenvolvimento Humano, provenientes de 39 países, 18 foram selecionados para a etapa final, três em cada uma das seis categorias. O vencedor será conhecido em 12 de abril, em uma cerimônia em Nova York.
O projeto do Recife, feito pela prefeitura em parceria com o PNUD, com apoio do Ministério da Integração Nacional e da Fundação João Pinheiro, concorre na categoria “Reconhecimento Especial” por ser uma ferramenta inovadora de medição do desenvolvimento humano. Outros dois projetos disputam a menção especial por serem considerados bons exemplos de análise de políticas em países que se recuperam de conflitos: um relatório do Afeganistão, chamado “Segurança com uma face humana”, e outro da Libéria, intitulado “Mobilizando capacidade para reconstrução e desenvolvimento”.
A coordenadora do Atlas do Recife, Maria das Graças Paiva, avalia que projeto chamou atenção por uma inovação em seu formato. “O software conta com imagens de satélites e mapas do sistema viário da região. Isso ajuda o usuário a se localizar e desperta ainda mais o interesse da população”, comenta.
O Atlas de Desenvolvimento Humano no Recife, lançado em dezembro de 2005, é o primeiro “filhote” do Altas do Desenvolvimento Humano no Brasil, um banco de dados que reúne informações sobre 5.507 municípios brasileiros e 27 unidades da Federação. O do Recife detalha as informações em nível intramunicipal.
Uma das inovações do sistema diz respeito justamente à distribuição dos indicadores sociais e a seleção das regiões estudadas. Os bairros do Recife são caracterizados por terem moradores de classes altas e baixas vivendo muito próximos, o que faz com que a média indicadores médios não revelem desigualdades. “O Atlas passou a separar algumas áreas com características socioeconômicas semelhantes, mesmo que não respeitem os limites dos bairros. Isso ajudou a revelar as desigualdades sociais da região”, afirma a coordenadora do projeto.
Outra novidade do Atlas do Recife é a disponibilização de textos analíticos sobre cada tema trabalhado, a partir dos quais se formulou o conteúdo do software. Eles trazem indicadores bastante aprofundados sobre a região e foram produzidos por pessoas desvinculadas da Prefeitura.
Esta é a quarta edição do Prêmio para o Desenvolvimento Humano. Os eventos anteriores foram realizados em 2000, 2002 e 2004. Além do prêmio para um programa, o evento também prestigia uma personalidade. Essa categoria é destinada para o representante que teve mais sucesso na inclusão de medidas para o desenvolvimento humano nas agendas de seu país. A edição de 2002 premiou o então presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso.
(Por Sarah Fernandes,
Agência PNUD, 30/03/2007)