O fenômeno "El Niño", registrado no segundo
semestre de 2006, chegou ao fim após um retorno de condições neutras ao oceano
Pacífico, mas os cientistas acreditam que nos próximos meses poderia acontecer
o fenômeno inverso, o da "La Niña", informou ontem (30/03) a Organização
Meteorológica Mundial (OMM).
"Embora esta seja a época do ano na qual é mais difícil
prever como a situação evoluirá, surgiram existem indícios suficientes para
acreditar que vai acontecer uma transição para o 'La Niña'", declarou esta
entidade em seu último boletim divulgado em Genebra.
Rupakumar Kolli, analista da OMM, afirmou ontem (30/03) que "é
pouco provável que esta transição aconteça nos próximos dois ou três
meses" e acrescentou que este período servirá para confirmar ou descartar
a posterior chegada do "La Niña".
Este último fenômeno provoca o esfriamento das águas do
Pacífico equatorial, o que por sua vez pode dar lugar a grandes oscilações do
clima no mundo todo.
Sobre o "El Niño", a OMM afirmou que as condições
registradas no final de fevereiro nesta região eram "típicas do final
deste episódio" climático, após vários meses nos quais são observadas suas
características mais comuns.
Entre elas, se destacaram condições mais secas que o
habitual na Austrália, na Indonésia e em Fiji, chuvas excepcionalmente intensas
e inundações em partes da África Oriental, enquanto na região sudoeste deste
continente aconteceram longos períodos de seca.
A organização científica, vinculada às Nações Unidas, disse
que se previu que após o "El Niño" alcançar sua intensidade máxima em
novembro e em dezembro de 2006, as condições iam se normalizar em meados de
2007.
No entanto, "o esfriamento foi mais rápido que o
previsto" e, "atualmente, são vários os modelos que indicam a
possibilidade de começar um episódio do 'La Niña' nos próximos meses",
declarou a OMM.
Enquanto isto se acrescenta a descoberta de "uma grande
caixa d'água mais fria que o normal sob a superfície da região central e
oriental do Pacífico equatorial, que, segundo o previsto, diminuirá ainda mais
as temperaturas superficiais nas próximas semanas", declarou.
Kolli disse que o fenômeno "La Niña" costuma ser
registrado durante o último trimestre do ano, mas pode ser adiantado ou
atrasado em até três meses.
Diante das dúvidas que ainda existem, a OMM disse que seus
especialistas em previsão climática continuarão vigiando a situação e
informarão de qualquer nova descoberta.
(EFE, 30/03/2007)