Enquanto no Brasil o grande assunto na área energética é o etanol, fabricantes de automóveis dos Estados Unidos já pensam além e não param de pesquisar outras alternativas. Nesta semana mais uma fabricante de veículos anunciou testes com vans comerciais movidas a energia elétrica ao longo deste ano.
Detentora das marcas Mercedes-Benz, Chrysler, Dodge e Jeep, a DaimlerChrysler pretende produzir um “frota teste” de cerca de 20 veículos híbridos da versão 2007 do Dodge Sprinter com o objetivo de avaliar a performance de veículos elétricos em condições reais. Carros híbridos com conectores, uma alternativa aos tradicionais mecanismos de combustão e fortemente apoiados por ambientalistas, funcionam com baterias por jornadas curtas e podem ser recarregados em lojas regulares de equipamentos elétricos.
Os veículos irão combinar uma bateria recarregável e um motor a diesel com o objetivo de promover maior economia de combustível. Segundo a empresa este seria o primeiro teste no que chamam “mundo real” deste tipo de tecnologia. Os proponentes vêem o híbrido com conectores como uma alternativa para reduzir os gases do efeito estufa e a aliviar a importação de petróleo americana.
O anúncio veio no mesmo dia em que o presidente George W. Bush visitava um posto de correio em Washington que utiliza veículos comerciais movidos a gás alternativo, incluindo modelos da DaimlerChrysler e da rival General Motors. A DaimlerChrysler diz que alguns dos seus novos Dodge Sprinters serão equipados com baterias de lítio da última geração, uma tecnologia de armazenagem de energia que promete melhorar drasticamente a performance das baterias híbridas de metal e níquel, usadas atualmente.
O grupo já possui quatro vans de entrega com o sistema rodando nas mãos de consumidores. “Para que esta tecnologia avance, um salto dramático na tecnologia das baterias é necessário”, afirmou o vice-presidente do Grupo Chrysler, Mark Chernoby. “O sistema de armazenamento de energia na frota de Dodge Sprinter será uma experiência valiosa no campo das possibilidades de baterias de íons de lítio.”
A fabricante não está sozinha nesta linha de pesquisas. A GM planeja a produção em 2010 de híbridos com conectores baseados no conceito do Chevrolet Volt que apresentou na feira de automóveis de Detroit em janeiro. O carro fica com carga plena em apenas seis horas, se abastecido em uma tomada de 110 V, com a capacidade de percorrer até 60 km em tráfego urbano, o mais pesado e difícil para um veículo assim.
Se a distância a percorrer for maior do que isso, o motor a gasolina entra em ação, podendo utilizar de 100% de gasolina a 85% de álcool. “Mais de metade da população americana vive e trabalha num raio de 35 km e, portanto, rodaria 70 km/dia. Esse público-alvo ainda teria 30 km de margem de uso diário, sem jamais freqüentar um posto de serviço para abastecer o tanque”, afirmou durante o lan;amento do veículo em janeiro Bob Lutz, vice-presidente mundial da GM responsável por produtos e um dos responsáveis por carro de grande sucesso mundial da marca, como o Pontiac Solstice.
A Toyota, que fez o popular Prius e lidera o mercado de híbridos nos Estados Unidos, já avisou que está desenvolvendo veículos com conectores apesar de não especificar quando será produzido. O Prius revolucionou o mercado quando lançado devido aos baixos coeficientes de aerodinâmica, um sistema híbrido inovador e um aspecto dúbio entre futurista e conservador. Em 2004 foram vendidos mais de 50 mil unidades e a fila de espera era grande.
Oficiais da indústria automobilística dizem que o maior entrave para a produção massiva para o mercado ainda é o custo e a segurança requisitada para o pacote de baterias de íons de lítio, já usadas em uma variedade de eletrodomésticos, como laptops, mas que somente agora estão sendo adaptadas para os veículos.
(Por Paula Scheidt, CarbonoBrasil com informações da Reuters e montadoras, 29/03/2007)